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(ICRP) IGREJA CALVINISTA REFORMADA PURITANA


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Distinto Dr. Adaelson,  Volto na oportunidade para fazer algumas considerações sobre a foto do lançamento da IP de Piritiba. Na realidade, trata-se do

 

 

Essa fotografia foi feita por ocasião de uma reunião do Presbitério de Campo Formoso(Ba)  na Igreja Presbiteriana de Piritiba. Só a título de informação: (PRESBITÉRIO é a reunião de todas as Igrejas Presbiterianas de determinada região). Na presente foto encontram-se os Pastores: Josias da Silva Primo, Josias Freitas, Basilio Catalá Castro, Eudaldo Silva Lima, Joel Cavalcante, entre outros...  Encontra-se também os presbíteros:  Herundino Neves, José Neves, Durval Miranda, Antônio Venceslau, Mário de Sena Lima (Marotinho do cinema), Jerônimo Lopes (pai do Prof. Dario Lopes), César Sampaio, Cursino Marques (seu Tuca sogro de Mirandinha),  Virgílio Barros, entre outros...  É uma foto que nos traz bastante saudades. Foi uma reunião histórica.

 

 

Essa fotografia foi feita por ocasião de uma reunião do Presbitério de Campo Formoso(Ba) na Igreja Presbiteriana de Piritiba. Só a título de informação: (PRESBITÉRIO é a reunião de todas as Igrejas Presbiterianas de determinada região). Na presente foto encontram-se os Pastores: Josias da Silva Primo, Josias Freitas, Basilio Catalá Castro, Eudaldo Silva Lima, Joel Cavalcante, entre outros... Encontra-se também os presbíteros: Herundino Neves, José Neves, Durval Miranda, Antônio Venceslau, Mário de Sena Lima (Marotinho do cinema), Jerônimo Lopes (pai do Prof. Dario Lopes), César Sampaio, Cursino Marques (seu Tuca sogro de Mirandinha), Virgílio Barros, entre outros... É uma foto que nos traz bastante saudades. Foi uma reunião histórica.

IPN - WAGNER-BA

Dep. Basílio Catalá

Dados Pessoais

Nome: Basílio Catalá de Castro
Profissão: Teólogo e Professor
Nascimento: 07 de Maio de 1904, Palmeiras-BA
Falecimento: 13 de Maio de 1972
Filiação: Joaquim Castro Lima e Delfina Catalá Lima
Cônjuge: Edelvira Régis Castro
Filhos: Célia, Anete, Sônia e Gláucia

Formação Educacional

Cursou o Ginasial no Ginásio de Ponte Nova, Wagner-BA, 1922. Fez os cursos: Pre-teológico no Instituto Gamon, Lavras-MG e Teologia no Seminário Presbiteriano, Recife-PE. Especializou-se em Língua Portuguesa e Literatura no Colégio MacKenzie, São Paulo-SP e curso de Extensão Teológica no Seminário Presbiteriano Independente.

Atividade Profissional

Ordenado Ministro do Evangelho em novembro de 1927. Professor de 1927 a 1937 no Colégio Dois de Julho, 1937, no Colégio da Bahia e Colégio Sofia Costa Pinto, 1959, Salvador-BA.

Mandato Eletivo

Eleito deputado estadual Constituinte pela União Democrática Nacional-UDN, 1947-1951; suplente de deputado estadual pelo Partido Libertador-PL, 1955-1959, assumiu o mandato por diversos períodos.

Filiação Partidária

PL; UDN;

Atividade Parlamentar

Na Assembléia Legislativa, presidente da Comissão de Educação, Cultura e Arte (1950), vice-presidente da Comissão de Educação, Cultura e Arte (1947-1948); titular das Comissões: Administração Municipal (1947), Redação de Leis e Resoluções (1947-1950), Educação, Cultura e Arte (1949), Saúde Pública e Assistência Social (1950).

 

 

 

Postado por New Tech às 14:11 Nenhum comentário:

Marcadores: googlec36935cdbcb88ef3.htm

Wagner é um município brasileiro do estado da Bahia. Localiza-se a uma latitude 12º17'13" sul e a uma longitude 41º10'06" oeste distando 390 km da capital Salvador a uma altitude de 460 metros na Chapada Diamantina. Sua população estimada em 2004 era de 9 562 habitantes. Possui uma área de 417,595 km² e é circunvizinhada pelos municípios: Ruy Barbosa, Lagedinho, Lençóis, Utinga e Bonito. O acesso principal se dá pela BR-242, seguindo depois ao norte pela a BA-142.

O município de Wagner surgiu nas margens do rio Utinga devido à criação de um colégio - O Instituto Ponte Nova (I.P.N.), em 1906 por missionários presbiterianos oriundos dos Estados Unidos da América.

Já existia, contudo, um grande povoado às margens do Rio Cachoeirinha, de nome Cachoeirinha (Wagner), lugar de prodígio e progresso. Ao seu redor é fundado o referido colégio após a compra de terrenos por americanos em missão religiosa em busca da divulgação do Presbiterianismo. Na época, somente três outras localidades - Salvador, Ilheus e Caetité - baianas forneciam ensino de segundo grau (o que se denomina, atualmente, de Ensino médio. Decorre daí a importância histórica desse colégio, que provocou a vinda para aquela região de pessoas, famílias inteiras em busca de escolaridade. Conforme relata Belamy Macêdo de Almeida em seu livro Ponte-Nova: Construindo o futuro olhando no retrovisor, o nome "Wagner" que batizou este município, deve-se a um alemão chamado Gustav Franz Wagner, que em 1890, durante uma grande sêca ocorrida na época, prestara auxílio aos flagelados da mesma.

Em 1915, foi promulgada a Lei Estadual nº 1.116, de 21 de agosto daquele ano, que criava a Vila e Município de Wagner, desmembrado do município de Morro do Chapéu.

O Instituto Ponte Nova foi referência de educação por muitos anos no interior baiano até princípios da década de 1970, quando a missão americana se retirou do local. Antes de Wagner, o local teve outras denominações: Ponte Nova e Itacira.

Apesar de ser um município pequeno, Wagner tem a honra de ter entre seus ilustres moradores, professores do mais alto nível que influenciaram todo o estado da Bahia e até algumas regiões do Brasil.

  1. Profª. Dalila Costa (in memoriam)
  2. Profª. Adalgisa Martins de Oliveira (In Memoriam)
  3. Profª. Belamy Macedo
  4. Prof. Raymundo Passos dos Santos(in memoriam)
  5. Profª. Alexandrina Passos Santos

Postado por New Tech às 05:26 Nenhum comentário:

Cachoeirinha (Wagner)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

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Arquitetura: Distrito de Cachoeirinha.

Cachoeirinha[1] é um povoado no município baiano de Wagner,situado às margens do Rio de Cachoeirinha[2] que dista 13 quilômetros da sede municipal. Sua população estimada (ano 2008) é de 700 habitantes. Lugar de importância histórica por por ter feito parte da rota da mineração na Chapada Diamantina na segunda metade do século XIX sobretudo na exploração de carbonado (espécie de diamante). Após o surgimento do colégio Instituto Ponte Nova[3] em seu entorno, fruto de missões americanas em busca da disseminação do Presbiterianismo, Cachoeirinha paulatinamente cedeu espaço, uma vez que ao redor e em função desta instituição de ensino (e também de um hospital, o Grace Memorial Hospital) surgia um novo centro, mais organizado politicamente. Tal novo centro tornaria-se, mais tarde, em sede do município. Com isso, Cachoeirinha estagnou, deixando como importância sua história rica de lendas do tempo do Coronelismo.

Cachoeira do Pilão no Distrito de Cachoeirinha.

Rio no Distrito de Cachoeirinha.

Centro Histórico: Distrito de Cachoeirinha.

Centro Histórico: Distrito de Cachoeirinha.

Vista a partir de lugar alto: Distrito de Cachoeirinha.

Cachoeirinha foi um grande celeiro de hortifrutigranjeiros e derivados no período colonial do Brasil, toda mercadoria produzida em seus domínios, era destinada a demanda desenfreada e compulsiva dos garimpeiros das cidades vizinhas, como era o caso de Lençóis e Palmeiras.Servia também de pouso para os comerciantes de tropas e de garimpeiros que vinham de outras localidades em busca de diamantes nessa região da Bahia, serviu também como rota ou caminho da família Real Portuguesa, tal estrada ficou conhecida como estrada Real, pois ela conduzia a família Real Portuguesa desde Paraty no sul do Rio de Janeiro, até Jacobina no norte da Bahia, para que com isso eles pudessem levar todo ouro extraído na região de Jacobina-Bahia. E teve grande influência nesse período da hitória brasileira, tornando-se cidade por volta do século XIX.Foi palco de disputas políticas-partidárias, no período do coronelismo no Brasil, onde de um lado estava a família Sá contra a família Mattos, ambas buscavam incansavelmente vencer a disputa para que com isso viessem ganhar prestígio e status junto ao governo do estado, na tentativa de obter o título de coronel da macro região envolvida no conflito.E que mais tarde veio entrar em declínio devido a grande emigração dos seus moradores indo embora para o sudeste do Brasil em busca de condições de vida melhores, o que consequentemente veio influenciar outras gerações em busca do mesmo destino para suas vidas,tudo isso graças as medidas tomadas pelo governo Getúlio Vargas, fechando todos os engenhos que funcionavam na clandestinidade,impedindo o pequeno produtor de cachaça, açúcar e rapadura a produzir ou gerar empregos para todos dessa região baiana. No final do século XIX essa localidade assim como o nordeste do Brasil, foi acometida por uma seca assoladora que começou vitimar os seus moradores e, foram socorridos por um fazendeiro e engenheiro, de origem alemã, conhecido por Franz Wagner. O que motivou os habitantes dessa localidade homenageá-lo, substituindo o antigo nome de Cachoeirinha para Wagner. E com a decadência financeira e a diminuição demográfica, a localidade começa presenciar as primeiras evasões dos seus moradores para o sudeste brasileiro, especificamente São Paulo. Mais tarde o nome de Wagner seria transferido para a nova povoação às margens do rio Utinga, sob influência dos missionários norte-americanos conhecida por Ponte Nova.

 

História da Cidade

 

 

 

 

 

O município foi criado em 1915 com território desmembrado do Morro do Chapéu. No século XIX já existia no local a Fazenda Cachoeirinha às margens do rio deste nome. Formando-se aí o povoado, com a denominação de Cachoeirinha pela Resolução Municipal de 1889. Aquela época já havia chegado ao local o alemão Franz Wagner, que deu-se à tarefa de orientar os moradores nos trabalhos agrícolas, tornando-se grande benfeitor da região e merecedor da homenagem que lhe prestou a Resolução Municipal de 1891, mudando a denominação do povoado para Wagner. Já Distrito, teve sua sede transferida em 1934 para o povoado Ponte Nova, que passou a denominar-se Vila Itacira. Em 1962, foi elevada à cidade com o topônimo de Wagner.

Fonte: pfldabahia.org.br

------------ Outra Versão ------------

Wagner teve início com o surgimento de um núcleo residencial às margens do rio Utinga com a denominação de Cachoeirinha, pertencente a Morro do Chapéu. Por ai passava a estrada que levava as boiadas e os tropeiros que faziam o comércio das Lavras Diamantinas com a Chapada Velha e a região do São Francisco.
Em 1981, a população da crescente povoação solicitou à administração municipal a mudança do nome para Wagner, em homenagem a Franz Wagner, alemão radicado no local que prestou ´enorme assistência à população` durante o período da seca que flagelou o sertão nos anos anteriores. Em 1915, a então vila de Wagner foi elevada à categoria de município por decreto do Governador J.J. Seabra. Sobrevivia da indústria manufatureira de cana de açúcar, produzindo cachaça, rapadura e da agricultura e pecuária de subsistência. São dessa época os utensílios domésticos feitos em ferro, barro ou louça, alguns importados - os ferros a carvão, o fole, as panelas de ferro fundido, os candeeiros e lampiões a querosene.
No inicio do século passado chegou a Wagner um grupo de missionários presbiterianos, vindo dos Estados Unidos com a intenção de fundar em território baiano uma missão encarregada de difundir a fé, promover a educação e a saúde entre os sertanejos. Rechaçados de cidades maiores como Palmeiras e Lençóis, adquiriram a Fazenda Ponte Nova, no distrito de Itacira, município de Wagner e ai fundaram uma igreja, uma Escola Normal, que formava professores do ensino primário, um hospital, bastante moderno e equipado, e a primeira escola de enfermagem da Bahia.
Ponte Nova passou, então, a ser um pólo irradiador de educação e cultura no interior da Bahia e o conjunto de construções do hospital, escola, igreja e internato sobrevivem como um marco arquitetônico importante para o município e para o Estado.
O tempo ainda corria devagar e a indústria estava engatinhando no sul do país. As roupas eram feitas sob medida por costureiras e alfaiates, em máquinas movidas à manivela ou a pedal. Roupas e objetos eram guardados e transportados em baús de madeira e couro. Os grãos eram triturados em grandes pilões de madeira e os temperos em pilões menores, sem enfeites. Muitos objetos eram adaptações feitas com produtos locais, como o bogue - isqueiro feito com chifre - , a binga - porta rapé também feito com chifre -, ou o fifó - pequeno candeeiro adaptado de latas e frascos de barro ou de vidro.
As dificuldades eram inúmeras. As distancias eram ampliadas pelas deficiências dos transportes e das comunicações, o que agravava o isolamento do sertão com relação ao litoral. Simples e com pouco ou nenhum ornamento, as edificações, móveis e objetos construídos no local primavam pela solidez, durabilidade e funcionalidade, atestando a habilidade técnica e inventividade dos artesãos.
A partir da revolução de 30, a política industrial de Vargas determinou o fim dos pequenos engenhos de cana, provocando a retração e posterior decadência do município e que culminou com sua anexação a Lençóis, então o centro econômico, social e político da Chapada Diamantina.
Enquanto Wagner, em depressão, se retraia cada vez mais, Ponte Nova florescia. Sob os auspícios da missão presbiteriana, cresceu a população local, atraindo gente de fora. Novos tempos, novos hábitos e novos conhecimentos marcaram esse período, trazidos pelos missionários e seus sucessores. Em 1962, Wagner foi novamente alçado à posição de município, desmembrado de Lençóis, com um distrito - Cachoeirinha e tendo como sede a antiga vila de Itacira, também conhecida como Ponte Nova, consolidando-se como um centro importante de educação e saúde.
Com a dissolução da missão presbiteriana e as novas orientações educacionais emanadas pelo MEC, os equipamentos escolares foram, alguns, incorporados à Secretaria Estadual de Educação, ou ao Ministério da Educação. Outras, como a antiga escola de enfermagem passaram para particulares. As edificações, algumas subutilizadas, ainda atestam a capacidade técnica de seus construtores e representam belos exemplares da arquitetura neoclássica.
Cachoeirinha, em consequência da estagnação econômica, manteve em grande parte seu caráter original, conservando traços de sua antiga beleza, um casario exuberante com seus arcos ogivais.

Colaboração: Sandy Rosane / Dau Querioz (historiadora)

 

 

James Wright


Pastor presbiteriano paranaense. Militante pela defesa dos direitos humanos no país, coordena o projeto Brasil: Nunca Mais, que denuncia crimes do Regime Militar de 1964.
James Wright (12/7/1927 - 29/5/1999) nasce em Curitiba, filho de missionários norte-americanos. Estuda teologia e faz pós-graduação na Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, em 1950. Volta ao Brasil e se muda para Ponte Nova, atual Wagner, na Bahia, para dirigir o Instituto de Educação Presbiteriano Ponte Nova. Em 1964 vai para Caetité, também na Bahia, onde denuncia a corrupção fiscal no estado. Em 1968 assume a direção da Missão Presbiteriana do Brasil Central, em São Paulo. Em 1973, seu irmão Paulo Stuart Wright desaparece e é assassinado pelos órgãos de repressão do regime militar. Faz publicar, pela Coordenadoria Ecumênica de Serviço, 1,8 milhão de exemplares da edição ecumênica da Declaração Universal dos Direitos Humanos e escreve artigos para o exterior, denunciando as violações dos direitos humanos no Brasil. Funda, com Jan Rocha e Luiz Eduardo Greenhalgh, o Comitê de Defesa dos Direitos Humanos nos Países do Cone Sul. Em 1975 participa do culto em memória a Vladimir Herzog, com o cardeal arcebispo dom Paulo Evaristo Arns e o rabino Henry Sobel. A partir de 1979, a convite de dom Paulo, começa a trabalhar pela causa dos direitos humanos na Arquidiocese de São Paulo e coordena o projeto Brasil: Nunca Mais, que resulta na publicação de um livro, um inventário sobre a tortura no Brasil durante os 21 anos de ditadura militar. Morre em Vitória, no Espírito Santo, vítima de infarto.

 

Exposição: Memórias de Ponte Nova

Car@s leitor@s,

 

Boas novas para o município de Wagner, que está localizado, para os que ainda não tiveram o prazer de visitar, na Chapada Diamantina. 

Uma exposição que promete rememorar a história, de ontem e hoje desse município encantador. Falarei mais dele numa outra ocasião. Quem estiver pela Chapada Diamantina, dá uma passadinha por lá.

Segue o convite!

 

 

O Patrimônio Edificado de Wagner-Ba

 

Andei por tantos caminhos trabalhando com arqueologia, que volta e meia me pego cheia de dúvidas sobre o que compartilhar neste tão humilde blog. Mas tenho certeza que alguns dos meus 18 seguidores (fiéis) gostarão do que falarei adiante.

Escrevo hoje sobre o município de Wagner-Ba, localizado na Chapada Diamantina, distante 384 km de Salvador, e 65 km de Lençóis. O nome da cidade homenageia o engenheiro alemão Franz Wagner pelos serviços prestados à população durante a seca que assolou o Nordeste no final da década de 1880. Anteriormente se chamava Itacira e depois passou a ser Ponte Nova, hoje é conhecida como Wagner, se destacando por ter um patrimônio edificado diferente das construções das cidades vizinhas, pois foi construída pelos missionários presbiterianos norte-americanos na segunda metade do século XIX. Os vestígios desse passado recente ainda estão de pé e podem ser visitados, dentre eles estão: a Igreja Presbiteriana, o Grace Memorial Hospital, o Instituto Ponte Nova, Internato Feminino e a Escola Agrícola. Em agosto de 2011 o Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC) tombou provisoriamente quatro dos cinco imóveis citados. Há também alguns imóveis antigos no Distrito de Cachoeirinha.

Este post é uma pequena homenagem à Dona Belamy Macedo, personagem que tive o prazer de entrevistar, e que cuidou durante tantos anos da memória e da história da cidade (in memorian).

 

Para quem deseja saber um pouco mais segue um artigo interessante sobre o tema:

NASCIMENTO, E. F. V.C. Norte-americanos na Bahia: o projeto civilizador dos missionários presbiterianos. R. Faced, Salvador, n.11, p.101-113, jan/jun. 2007.

 

 

Fachada do Internato Feminino, sede de Wagner-Ba. Julho de 2010.

 

 

Fachada do Internato Feminino, sede de Wagner-Ba. Julho de 2010.

 

 

 

Fachada do Internato Feminino, sede de Wagner-Ba. Julho de 2010.

 

 

Escada de acesso ao 1º andar (quartos) do Internato Feminino, sede de Wagner-Ba. Julho de 2010.

 

 

Escada de acesso ao 1º andar (quartos) do Internato Feminino, sede de Wagner-Ba. Julho de 2010.

 

 

Escada de acesso ao 1º andar (quartos) do Internato Feminino, sede de Wagner-Ba. Julho de 2010.

  

 

Antigas camas das alunas do Internato Feminino, sede de Wagner-Ba. Julho de 2010.

 

 

Detalhe do lastro de uma das camas do Internato Feminino, sede de Wagner-Ba. Julho de 2010. 

 

 

Antigas camas das alunas do Internato Feminino, sede de Wagner-Ba. Julho de 2010. 

 

 

Escada de acesso a outras instalações  (a partir do 1º andar) do Internato Feminino, sede de Wagner-Ba. Julho de 2010.

 

 

Vista geral a partir do 1º andar do Internato Feminino, sede de Wagner-Ba. Julho de 2010.

 

 

Vista geral a partir do 1º andar do Internato Feminino, sede de Wagner-Ba. Julho de 2010.

 

 

Instituto Ponte Nova,  sede de Wagner-Ba . Julho de 2010.

 

 

Instituto Ponte Nova,  sede de Wagner-Ba. Julho de 2010.

 

 

Instituto Ponte Nova,  sede de Wagner-Ba. Julho de 2010.

 

 

Instituto Ponte Nova,  sede de Wagner-Ba. Julho de 2010.

 

 

Instituto Ponte Nova,  sede de Wagner-Ba. Julho de 2010.

 

 

Fachada do Auditório do Instituto Ponte Nova,  sede de Wagner-Ba. Julho de 2010.

 

 

Parte interna do Auditório do Instituto Ponte Nova, ainda conserva as suas cadeiras antigas de madeira,  sede de Wagner-Ba. Julho de 2010.

 

 

Parte interna do Auditório do Instituto Ponte Nova, vista à partir do palco,  sede de Wagner-Ba. Julho de 2010. 

 

 

Piano de cauda, está instalado num dos cantos do palco Auditório do Instituto Ponte Nova,  sede de Wagner-Ba. Julho de 2010.

 

 

Detalhe do piano de cauda, Auditório do Instituto Ponte Nova,  sede de Wagner-Ba. Julho de 2010.

 

 

Marca do Instituto Ponte Nova, pintura em azulejos,  sede de Wagner-Ba. Julho de 2010.

 

 

 

Missão Presbiteriana, sede de Wagner-Ba. Foto disponível em: https://www.flickr.com/photos/secultba/6049962647/in/photostream/

 

 

Grace Memorial Hospital, sede de Wagner-Ba.  Foto disponível em:
https://www.flickr.com/photos/secultba/6050512278/in/photostream/

 

 

Missão Presbiteriana, sede de Wagner-Ba. Foto disponível em:  https://www.flickr.com/photos/secultba/6050516128/in/photostream/

 

 

Grace Memorial Hospital, atual Hospital Ponte Nova, sede de Wagner-Ba. Foto disponível em: https://www.flickr.com/photos/wagnercity/5433901690/in/photostream/

No distrito de Cachoeirinha está localizado a 15 km da cidade de Wagner, sendo 3km de estrada pavimentada e 12 km de “terra batida” esta estrada sem asfalto chama-se Estrada de Cachoeirinha ou Estrada dos Boiadeiros ou Tropeiros. Do povoado de Pé de Serra para Cachoeirinha são 8 km de terra. No centro do distrito de Cachoeirinha há algumas casas antigas do período em que, segundo relatos locais, o núcleo populacional se desenvolvera, mas já no final do século XIX, o mesmo núcleo fora transferido para a atual sede onde atualmente está instalada (Wagner), as casas tem estilo neo-gótico, com janelas e portas em forma de V invertido na cor azul cobalto, carecem de melhorias e reformas correndo o risco de serem descaracterizadas pela ação do tempo e de seus herdeiros (NASCIMENTO, 2009).

 

 

Casario do Distrito de Cacheirinha, Wagner-Ba. Dezembro de 210.

 

 

Casario do Distrito de Cacheirinha, Wagner-Ba. Dezembro de 210.

 

 

Casario do Distrito de Cacheirinha, Wagner-Ba. Dezembro de 210.

 

 

Casario do Distrito de Cacheirinha, Wagner-Ba. Dezembro de 210.

 

 

Casario do Distrito de Cacheirinha, Wagner-Ba. Dezembro de 210.

 

 

Pequena Igreja no Distrito de Cacheirinha, Wagner-Ba. Dezembro de 210.

 

 

Casario do Distrito de Cacheirinha, Wagner-Ba. Dezembro de 210.

 

 

 

 

https://books.google.com/books?id=LCwIMdG8jGQC&lpg=PP1&hl=pt-BR&pg=PP1#v=onepage&q&f=false 

 

https://books.google.com/books?id=c2iKWeNfgpAC&lpg=PP1&num=100&hl=pt-BR&pg=PP1#v=onepage&q&f=false

Norte-americanos na Bahia: o projeto civilizador dos missionários presbiterianos

Ester Fraga Vilas-Boas Carvalho do Nascimento Professora.da Universidade Tiradentes, Aracaju-SE ester.fraga@uol.com.br

A presença de missionários presbiterianos norte-americanos no Nordeste iniciou-se a partir de  1871, na cidade de Salvador. O grupo de missionários enviados pela Junta de Missões da Igreja

Presbiteriana do norte dos Estados Unidos, responsável pela implementação do trabalho evangélico e educacional na Bahia, fora o mesmo que atuara em São Paulo a partir de 1859, organizando, além de igrejas, instituições educacionais, das quais, a que mais se destaca tanto na historiografia educacional brasileira como na historiografia protestante, é o Mackenzie College. (NASCIMENTO, 2001)

Uma pesquisa desenvolvida a partir de 1997, sobre a Escola Americana de Sergipe, me levou a perceber que a ação missionária presbiteriana norte-americana naquele Estado era só a ponta de um  iceberg. A investigação que resultou numa dissertação de mestrado se propunha a rastrear a primeira escola secundária presbiteriana organizada no Nordeste que se tem notícia, que funcionara entre 1886 e 1913, quase ausente na documentação oficial do Estado e na historiografia educacional sergipana. (NASCIMENTO, 2004) Wagner, 1905. A fazenda Ponte Nova é comprada pela Missão Central do Brasil na imensidão da Chapada Diamantina e ali será construída uma “ilha” de civilização no “Brasil Tropical”1. Wagner, dois de fevereiro de 2002. Chego numa cidade decadente, que vive da memória dos tempos áureos da presença norte-americana, e me impressiono com os edifícios do Grace Memorial Hospital, da Igreja Presbiteriana de Wagner e do Instituto Ponte Nova, construídos pela Missão Central do Brasil. A cidade tinha-se formado ao redor dos prédios presbiterianos. Na área central, as ruas levavam os nomes de antigos missionários e ex-professoras.

As casas acompanhavam o modelo arquitetônico residencial norte-americano, com varandas construídas sob vértices e colunas, além de portas e janelas altas e largas, permitindo a passagem de luz e ventilação, e das características telas de proteção contra mosquitos. Na praça central, que levava o nome do médico e cirurgião presbiteriano Walter Welcome Wood, me deparei com o busto do missionário. Pelo embates religiosos travados entre os norte-americanos e os dirigentes católicos, fora construído um cemitério, atualmente abandonado pela própria igreja presbiteriana, dentro da antiga fazenda Ponte Nova, onde encontrei os túmulos de Grace Brown Wood e Mabel Oliver Wood, mulheres do médico, falecidas por haverem contraído doenças tropicais. (NASCIMENTO, 2005a)

Na avenida principal da cidade, que também leva o nome do médico norte-americano Walter Welcome Wood, encontram-se a Igreja Presbiteriana de Wagner e o Grace Memorial Hospital. Disposto em três pavilhões, o hospital fora construído em forma de “T” onde funcionara a Escola de Enfermagem, as residências dos médicos e enfermeiras, a clínica e a área de cirurgia. Caminho mais um pouco e avisto o rio Utinga, que separa a cidade da escola. Atravesso a ponte e conheço a área em que foi construído o Instituto Ponte Nova e o que restara do seu complexo escolar: o antigo sobrado, onde funcionara a primeira residência dos missionários e o internato feminino; os três pavilhões de salas de aula, com uma área central coberta para recreação e a biblioteca; a antiga praça de esportes, já desativada; o Auditório James Wright; o terreno do antigo internato masculino que foi derrubado para dar lugar à atual Escola Agrotécnica Afrânio Peixoto, instituição secundária estadual; e o internato feminino, construção vitoriana de dois pisos, equipado com lavanderia, padaria e despensa. Um pouco mais afastada estava a área onde os alunos recebiam aulas práticas de técnicas agrícolas e de criação de aves e porcos.

O projeto civilizador presbiteriano para o  hinterland  brasileiro possuía três eixos de ação: religião, educação e saúde. Criando instituições nas três áreas, os mensageiros de Deus, pretendiam transformar o hinterland brasileiro numa região “civilizada”, procurando produzir um novo modo de viver na sociedade3 em que se estabeleceram. E a educação serviria de veículo para a implementação de sua proposta.

Dentre as várias estratégias que os  mensageiros de Deus se utilizaram, procurando produzir um determinado projeto de ordenação espacial e de imposição de novos modos de viver, este trabalho se detém especialmente nas iniciativas que visaram fazer da educação escolar um meio de civilizar a população que abrangia a área sob sua jurisdição. Trata-se mais especificamente de interrogar acerca das representações e práticas que configuraram o programa de educação secundária proposto pelo Instituto Ponte Nova e, ao mesmo tempo, em atentar para os múltiplos dispositivos, por intermédio dos quais procurou-se divulgar, dentro e fora da escola, os preceitos de sua considerada moderna educação àqueles que estavam sob seu raio de ação. Criado pela Missão Central do Brasil, em conformidade com os moldes educacionais presbiterianos norte-americanos, o Instituto Ponte Nova teve papel fundamental na formulação da política de ação daquela organização missionária. Política que tinha como objetivo formar professoras para suas escolas e homens que seriam evangelistas e futuros pastores de suas igrejas, transformando-os em agentes de uma nova proposta civilizatória. (NASCIMENTO, 2005b)

Os  mensageiros de Deus eram missionários que geralmente tinham se formado nos grandes centros teológicos do norte dos Estados Unidos (Princeton, Harvard e Yale) ou nos do sul (Vanderbilt e Richmond) e eram portadores de um “protestantismo de civilização”, “convencidos de que possuíam as chaves da modernidade religiosa e econômica”. O missionário foi o “agente propagador dos modelos protestantes na América Latina”, importante “na transmissão de modelos organizativos importados, e na apresentação, em seu país de origem, da realidade latino-americana”. Apresentava-se como representante de uma cultura mais adiantada, civilizada. Aquele indivíduo podia ser um pastor, u0m médico, um enfermeiro, um professor, como também uma missionária, uma enfermeira ou uma instrutora (BASTIAN, 1994, p. 111-112)

A construção do espaço urbano de Wagner

Quando os missionários presbiterianos norte-americanos se instalaram na fazenda Ponte Nova, a partir de 1906, existiam outras fazendas e algumas casas esparsas naquela região. Em menos de duas décadas surgira um aglomerado urbano que, apesar de ter dimensões modestas, apresentava marcas da cultura norte-americana. A imagem de uma “ilha” norte-americana, produzida pelos missionários, com seus hábitos e costumes, vai configurando a identidade da futura cidade, rompendo com antigas tradições.  A construção de prédios monumentais, a abertura de novas vias de circulação produzindo um traçado urbano, possibilitariam uma intensa circulação entre aquela cidade e outras regiões.

No interior da Chapada Diamantina, sob os auspícios da Missão Central do Brasil, a estação missionária, planejada e fundada por William Alfred Waddell, pretendia dominar e civilizar seu entorno, evangelizando e educando, salvando o corpo, a mente e o espírito de moradores da região. Para William Alfred Waddell, o complexo seria uma fronteira civilizadora no “Brasil tropical”, compondo seu anel de poder através dos missionários que também eram administradores, educadores, engenheiros, médicos e enfermeiras.

Antigo centro produtor de arroz, açúcar mascavo, rapadura e aguardente, o município de Wagner está localizado na Chapada Diamantina Meridional, distante 384 km de Salvador, e 65 km de Lençóis. O nome da cidade homenageia o engenheiro alemão Franz Wagner pelos serviços prestados à população durante a seca que assolou o Nordeste no final da década de 1880. A partir de sua fazenda, foram surgindo outras fazendas, dando origem a um núcleo populacional que ficou conhecido por Cachoeirinha, às margens do rio Utinga, embrião do futuro município. Posteriormente, seus moradores fizeram um requerimento à Câmara Municipal de Morro do Chapéu solicitando a mudança de Cachoeirinha para Wagner, o qual foi atendido, em 8 de abril de 1891.

Dando visibilidade ao seu projeto civilizador, durante décadas, a Missão Central do Brasil investiu na construção de edifícios para suas instituições – escola, igreja e hospital. Apesar da decadência atual da cidade, ainda hoje é possível verificar a monumentalidade destas construções, tendo em vista o cenário local. A primeira construção realizada por William Alfred Waddell, provavelmente no ano de 1907, foi a Igreja Presbiteriana de Wagner, chamada inicialmente de Egreja Christã Presbyteriana de Ponte Nova. O terreno escolhido para construir a igreja ficava na margem esquerda do rio Utinga, numa área alta e salubre da fazenda.

A presença dos missionários presbiterianos imprimira um modelo arquitetônico às residências que ficavam próximas aos seus prédios4. O espaço urbano ocupado pela Missão demonstrava uma forma social organizada por aqueles indivíduos. Era possível verificar a presença da ordem social presbiteriana norte-americana para a realidade física do centro urbano de Wagner através das linguagens simbólicas de sua cultura.

No centro urbano de Wagner pode-se ler uma simbologia através de uma nomenclatura que manifesta a presença daquele grupo religioso. A principal avenida da cidade chama-se Avenida 12 de Agosto, em comemoração à chegada do primeiro missionário presbiteriano norte americano ao Brasil, e ao início do funcionamento do Instituto Ponte Nova. A rua Régis recebeu esta denominação em homenagem ao abastado casal presbiteriano Floriano e Carmélia Regis, vindo da cidade de Campo Formoso. Na casa em que moravam, tinha um pomar aos fundos; na frente, um grande jardim e, ao lado, uma quadra de esporte, balanços e gangorras. A rua Dalila Costa foi uma homenagem a uma professora sergipana do Instituto Ponte Nova quando ainda era viva. A rua Samuel Graham registra o nome de um missionário norte-americano, ex-diretor do Instituto Ponte Nova. A rua Américo Chagas, do médico baiano, presbiteriano, que também trabalhara no Memorial Hospital, em Wagner. A rua Ponte Nova, em homenagem ao Instituto Ponte Nova.

Práticas educacionais como práticas civilizatórias no Instituto Ponte Nova

O Instituto Ponte Nova foi a primeira instituição de ensino secundário, rural, da Missão Central do Brasil funcionando como pólo irradiador de professoras e futuros pastores presbiterianos na região sob sua jurisdição, visto pelos seus fundadores como instrumentos de civilização dos sertões através das escolas e igrejas dirigidas por eles. A escola legitimaria novas concepções no campo da educação, articuladas a novas estratégias de intervenção sobre o hinterland e seus habitantes, introduzindo mudanças de comportamento naqueles que seriam seus alunos.

Entendendo que as práticas educacionais são fundamentalmente práticas civilizatórias que abrangem os âmbitos econômico, religioso, político, moral técnico e social, a representação construída pela denominação presbiteriana era que nos seus estabelecimentos educacionais o ensino era administrado por educadores de “elevados espíritos” e a moral era “evangélica, sem as imposições religiosas de certos colégios, onde não se passa nos exames uma vez que não se tenha o jeito de aparentar fé, nem facilidades de autômato para genuflexões e êxtases pias”. Seus edifícios escolares também eram representações importantes da ordem, da boa convivência, do respeito mútuo. A divisão espacial deveria proporcionar uma distribuição estratégica dos alunos, pois, apesar de suas escolas oferecerem o ensino misto, os internatos os separavam.

Desde a sua fundação, o Instituto Ponte Nova adotou alguns princípios que nortearam toda a organização dos seus cursos, tornando-se pilares sobre os quais estava assentada a base da educação difundida pelos missionários presbiterianos da Junta de Nova Iorque. Os sinais tangíveis5 da cultura presbiteriana estavam presentes na educação oferecida por este educandário. A educação ministrada estava alicerçada nos princípios da moral cristã, exemplificados por Cristo e inscritos na Bíblia. Compreendiam que o homem tem corpo e mente, “porém é uma alma” e todo esforço deveria ser feito para “num ambiente cristão, possa o aluno desenvolver o seu caráter que consideramos – a saúde da alma”.

Esta escola pretendia formar e instruir o cristão verdadeiro, ou seja, o homem bom e honesto, que tivesse objetivos elevados e levasse uma vida pura e, com persistência, defendesse sempre a verdade, esta baseada na Palavra de Deus. Oferecia uma educação integral, ou seja, a formação intelectual, moral e espiritual de homens e mulheres tementes a Deus, bem instruídos e disciplinados, amantes da liberdade. Além de cristãos verdadeiros, seriam cidadãos participantes da vida civil e política do seu país, construtores de uma sociedade democrática, moderna e progressista, semelhante à sociedade norte-americana. E esses princípios estavam explicitados no lema da escola: “Deus e Pátria aqui sempre lembrados”.

Para atingir esse objetivo, o Instituto Ponte Nova oferecia o ensino da doutrina cristã baseado na leitura diária da Bíblia, procurando incutir nos alunos os princípios do cristianismo e que estes fossem colocados em prática no dia-a-dia. A leitura e o estudo da Bíblia, o canto de hinos e orações, bem como a assistência de todos os alunos aos atos religiosos da igreja presbiteriana local, faziam parte do currículo e do regulamento interno da instituição.

Para instruir e formar a juventude, a instituição procurava formar educadoras cristãs, professoras com espírito missionário, e futuros pastores devotados, capazes de suportar certo grau de auto-sacrifício, colocando sua tarefa salvadora acima de qualquer dificuldade. A escola seguia métodos norte-americanos adaptando-os às condições existentes, pois seus dirigentes entendiam que o bom educador não poderia ter idéias preconcebidas e fixas, mas cultivar uma mente aberta, para além das teorias, escolhendo o que fosse melhor para o aluno e a sociedade em que vivia.

A educação para ambos os sexos, considerada uma inovação, fora uma prática utilizada pelos missionários presbiterianos nas escolas que instituíram. George W. Chamberlain, em 1885, justificava a co-educação por ter Deus instituído a família, “dando-lhe filhos e filhas” e a escola deveria ser “o reflexo da constituição divina”. Vinte e nove anos depois, William Alfred Waddell, diretor da Escola Americana de São Paulo e fundador do Instituto Ponte Nova, reafirmava aquele procedimento metodológico, informando que até aquele momento, a escola não tivera nenhum “incidente desagradável”. (LAGUNA, 1999, p. 210)

Os embates que ocorriam entre católicos e protestantes foi um elemento que facultou o aparecimento não somente daquela instituição, mas de todas as escolas que os missionários presbiterianos organizaram na área sob sua jurisdição. O Instituto Ponte Nova ofereceu educação não somente aos alunos protestantes mas alunos de todos os credos que desejavam nele estudar, reforçando a posição de grupos progressistas da sociedade baiana, pois o ensino ali ministrado pautava-se na construção de uma sociedade moderna, democrática, na qual os indivíduos ali formados eram doutrinados à liberdade de consciência, de crítica e de discussão, princípios estes vinculados ao protestantismo.

O Instituto era apresentado pela denominação presbiteriana como uma importante instituição educacional voltada para a formação do caráter do indivíduo. As professoras ali formadas que dirigiriam ou lecionariam em outras escolas, tinham “uma esplêndida oportunidade para trabalhar pelo futuro de sua pátria, incutindo nos corações dos futuros homens e mulheres do País os ideais do patriotismo e, além das quatro operações, as boas maneiras e o amor ao trabalho.” (O PURITANO, 1º de agosto de 1907)

Higienizar, sanear, curar... A ação na área da saúde

Em 1916, chegara à Estação Ponte Nova o médico e cirurgião Walter Welcome Wood com sua primeira esposa, a enfermeira Grace Brown Wood6, para atuarem na estação missionária de Ponte Nova. Logo que chegou, abriu um ambulatório e uma farmácia, construídas com adobe, 50 metros adiante da igreja. Quatro anos depois, a Junta de Nova Iorque deu-lhe permissão para comprar material e equipamentos hospitalares, construir o prédio do hospital, a casa do médico e duas casas para enfermeiras. Sob a direção do Dr. Walter Welcome Wood, a Missão solicitou ao Departamento de Engenharia Sanitária do Mackenzie College planos para drenagem das terras de Ponte Nova, para deter a febre amarela e a malária que assolavam a região. (CENTRAL BRAZIL MISSION, 1938)

Durante o ano de 1924, ainda com um equipamento inadequado do antigo hospital e dispensaria, Dr. Walter Welcome Wood e da enfermeira missionária Lydia Hepperle, treinaram algumas alunas do Instituto Ponte Nova como enfermeiras para se juntarem ao seu staff, tratando de 14.753 pacientes, fazendo 250 operações, num total de 92 pacientes atendidos por dia, e 1.886, por mês. (WHEELER, 1926, p. 300-302). Dois anos depois, foram construídos os prédios definitivos do hospital, denominado Grace Memorial Hospital, em homenagem à sua primeira esposa, faleci- da em Wagner, em 21 de junho de 19227. O primeiro hospital da região da Chapada Diamantina oferecia os seguintes serviços, distribuídos em quatro pavilhões: clínica médica, cirurgia, obstetrícia, pediatria, ginecologia, urologia, Raio-X, diatermia e laboratório. (UNITED STATES OF AMERICA, 1936)

O hospital possuía enfermarias masculina e feminina, apartamentos particulares, sala de parto e de cirurgia. Os banheiros, a lavanderia e a cozinha ficavam num prédio em separado. Havia também uma área destinada ao isolamento para doenças infecto-contagiosas. O gabinete médico-biométrico, instalado no Grace Memorial Hospital, possuía o seguinte aparelhamento: uma balança, aparelho para mediar a estatura, outro para medir a pressão arterial, além de fichas médico-biométricas8. (UNITED STATESOF AMERICA, 1936)

O relatório informava que o curso fora dimensionado às necessidades locais com os seguintes objetivos: formar e educar moças brasileiras, formando enfermeiras disseminadoras do modelo higiênico e sanitário presbiteriano norte-americano. Além de serem exemplos de vida saudável, as novas profissionais organizariam e dirigiriam ambulatórios clínicos em locais fora da Estação Missionária Ponte Nova, que não existissem médicos.

Ensinariam princípios de higiene, alimentação e cuidado com as crianças, dando ênfase ao pré-natal. O curso de enfermagem era compreendido pela Missão como um ministério no qual, a instrução bíblica e a manutenção de serviços devocionais regulares estavam incluídas, formando enfermeiras “missionárias”. (CENTRAL BRAZIL MISSION, 1938)

Sob a direção do Dr. Walter Welcome Wood, o Grace Memorial Hospital foi o único núcleo hospitalar presente no interior da Bahia durante muitos anos, atraindo pacientes tanto da capital como de outros Estados. Os doentes vinham a pé, de mula, em carroças ou em pequenos carros e, muitas vezes, se convertiam, tornando-se membros da Igreja Ponte Nova. Uma prática recorrente no hospital era a leitura da Bíblia. Havia um exemplar na sala de espera e, às vezes, ficava uma pessoa lendo em voz alta alguns trechos, possibilitando os presentes ouvirem.

As principais moléstias tratadas ali eram pneumonia, malária, úlceras tropicais, sífilis, tuberculose, parasitas intestinais, e tumores. Muita superstição estava vinculada ao nascimento de crianças. Os hábitos alimentares presentes naquelas áreas rurais dificultavam as mães em nutrirem e criarem seus filhos, pois “muitas delas comiam carne ao invés de se alimentarem de vegetais e frutas”.A experiência vivenciada pelo Dr. Walter Welcome Wood na estação missionária levou-o a sugerir que os seminários teológicos no Brasil precisavam oferecer cursos simples, de medicina preventiva, higiene pessoal e sanitária, e dieta para que os futuros ministros estivessem preparados para enfrentar os pro-blemas rurais de saúde. Ele também enfatizou a importância de treinar mulheres que trabalhassem com os problemas da casa e do cuidado com as crianças.

Em 1954, o Dr. Walter Welcome Wood e sua terceira esposa, a enfermeira Ella Mary Dahmes Wood, retornaram aos Estados Unidos9. Anos depois de sua saída, a memória daquele médico foi perpetuada com o seu busto erigido em 1976, na praça principal de Wagner, com a seguinte legenda: “Dr. W. W. Wood, médico e cirurgião norte-americano, que dedicou a sua vida ao povo do sertão da Bahia, fazendo da medicina um sacerdócio em benefício da humanidade sofredora”.

Outro problema enfrentado por aqueles missionários era a falta de um sistema de transporte para aquela região, dificultando o acesso à estação Ponte Nova. Para ampliar o seu raio de ação, a Missão organizou juntamente com o governo baiano, provavelmente em 1925, a Empresa de Estrada e Rodagem Progresso Rodoviário, a qual teve como presidente durante alguns anos o missionário Dr. Walter Welcome Wood. Sob sua direção, foi construída uma estrada ligando Ponte Nova a Itaeté. No mesmo período, também foi construída uma estrada ligando Wagner a Lençóis. (CENTRAL BRAZIL MISSION, 1938)

Considerações finais

Como foi constatado pela pesquisa realizada, são quase inexistentes os estudos que se dedicam a investigar a ação presbiteriana no hinterland brasileiro e a importância do Instituto Ponte Nova na formação de quadros que dessem continuidade ao seu projeto civilizador. O livro de atas da Missão Central do Brasil foi decisivo na decifração das representações, discussões, soluções de problemas e dos avanços e recuos das ações dos missionários presbiterianos norte-americanos na área sob sua jurisdição.

Os missionários presbiterianos refletiam a crença do povo norte-americano na educação e na sua força moral, uma constante em toda a história dos Estados Unidos. Resultado da força da tradição da ética protestante, principalmente da puritana, a educação era importante para a salvação da alma e para a prosperidade da comunidade, pois para eles, a prosperidade não se alcança com um povo ignorante e pobre. A riqueza individual e a prosperidade da comunidade eram os meios para que a família comunitária tivesse condições de honrar dignamente a Deus, e o trabalho era o instrumento principal para que isso ocorresse. Daí, a importância dada ao preparo dos jovens para o trabalho produtivo, desenvolvendo o agudo sentido do pragmatismo vivencial que sempre caracterizou a cultura norte-americana.

O sistema escola-fazenda implantado na fazenda Ponte Nova, onde fora construída a escola, consistia numa política de auto-sustentação, introjetando no alunado o princípio da prática como instrumento do conhecimento e critério da verdade. O método adotado no Instituto Ponte Nova inseria os jovens no mundo do trabalho e apontava a pretensão de higienizar a sociedade através da educação. O sistema de auto-sustento funcionava em duplo sentido. Semelhante àquele colégio, as escolas primárias e os internatos, distribuídos na área sob a jurisdição da Missão Central do Brasil, adotavam o mesmo modelo de auto-governo, buscando sua sustentação financeira no local em que estavam inseridas, formando a futura população evangélica para suas igrejas e, conseqüentemente, dando suporte humano ao Instituto Ponte Nova, enviando alunos que completariam seus estudos, a maioria dos quais retornaria ao seu local de origem, funcionando como agentes irradiadores do modelo pedagógico presbiteriano.

Durante cem anos – 1871 a 1971 – os missionários vinculados à Missão Central do Brasil, partindo da Bahia, organizaram igrejas, escolas e hospitais em sua área de jurisdição. O Instituto Ponte Nova, instituição de ensino secundário rural, ofereceu durante décadas inicialmente os cursos normal, preparatório de pastores, e, anos depois, auxiliar de enfermagem e técnico agrícola.

Após a saída da Missão, aquela escola foi nacionalizada e integrada à Rede Pública Estadual da Bahia. Os cursos formadores de técnicos agrícolas e de auxiliares de enfermagem foram oferecidos até 1999 e o normal continua funcionando até os dias atuais.

Em 1956, foi criado, dentro da estação missionária Ponte Nova, o Instituto Bíblico Waddell. Com a duração de dois anos, o curso tinha como finalidade capacitar professoras do Instituto Ponte Nova e enfermeiras da Escola de Enfermagem para iniciarem congregações, denominados de pontos de pregação, escolas dominicais, ou auxiliar nos trabalhos já existentes no sertão baiano.

Na década de 1970, o Grace Memorial Hospital foi transferido para o serviço público do Estado da Bahia.

Mesmo sabendo que o documento é o resultado da construção de uma realidade feita por homens, estes mesmos homens deixam pistas, rastros, traços, pequenas impressões que escapam do seu controle, as quais são “marcas digitais ou sulcos de formão que podem ser detectados por um perito”, possibilitando reconstruir conformações/representações culturais de determinada sociedade. (ECO; SEBEOK, 1991, p. 44). O pesquisador não pode esquecer-se ao avaliar as provas que, “todo ponto de vista sobre a realidade, além de ser intrinsecamente seletivo e parcial, depende das relações de força que condicionam, por meio da possibilidade de acesso à documentação, a imagem total que uma sociedade deixa de si”. (GINZBURG, 2002, p. 43)

Este trabalho espera ter contribuído na elucidação de algumas práticas civilizatórias implementadas por um grupo presbiteriano norte-americano presente no interior da Bahia. Há muito ainda a pesquisar a respeito da atuação do Instituto Ponte Nova no cenário educacional baiano. Mesmo não sendo possível fazer aqueles sujeitos falarem, poder-se-á falar em seu lugar, das realidades de sua época, de suas intenções e ações, assim como das intenções e ações que facultaram o desconhecimento de sua existência na historiografia educacional brasileira. Necessário se faz investigar mais amiúde a formação de várias gerações de professores, pastores, enfermeiros e técnicos agrícolas, propagadores daquele padrão cultural norte-americano – o presbiteriano.

 

Referências

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ECO, Umberto; SEBEOK, Thomas A. (Org.).  O signo de três: Dupin, Holmes, Peirce.  São Paulo: Perspectiva, 1991.

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GINZBURG, Carlo.   Relações de força:  história, retórica, prova.  São Paulo: Companhia das Letras, 2002.

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