UM CHAMADO A ORAÇÕ J. Rily
Eu tenho uma pergunta para lhe fazer. Ela é composta de duas palavras: VOCÊ ORA?
A questão é que ninguém pode responder a esta pergunta por você. Se você assistiu ao culto público ou não, o seu pastor sabe. Se você faz orações familiares em sua casa ou não, seus parentes sabem. Mas se você ora em secreto ou não, é um assunto apenas entre você e Deus.
Rogo, com todo o carinho, que atente para o assunto que trago diante de você. Não diga que a minha pergunta é muito direta. Se o seu coração é reto aos olhos de Deus, não há nada nela para deixá-lo com medo. Não distorça a minha pergunta respondendo que você recita as suas orações. Uma coisa é recitar as suas orações e outra coisa é orar.
Não me diga que a minha pergunta é desnecessária. Ouça-me por alguns minutos e eu lhe mostrarei boas razões para fazê-la. I. Eu pergunto se você ora, porque a oração é absolutamente necessária para a salvação do homem. Eu digo absolutamente necessária e digo isso deliberadamente. Não estou falando agora de crianças ou de ignorantes. Não estou me referindo ao estado dos pagãos. Eu sei que onde pouco é dado, pouco também será cobrado. Falo especialmente daqueles que se chamam cristãos, em uma terra como a nossa. E, de tais digo, nenhum homem ou mulher pode esperar ser salvo se não ora. Eu defendo a salvação pela graça tão fortemente quanto qualquer um. Eu ficaria muito feliz em oferecer um perdão gratuito e completo para o maior pecador que já existiu. Eu não hesitaria em estar ao seu lado no leito de morte, e dizer: “Creia no Senhor Jesus Cristo agora mesmo, e você será salvo”.
No entanto, eu não posso ver na Bíblia que um homem alcance a salvação sem pedir por ela. Eu não consigo encontrar que um homem que quer receber o perdão dos seus pecados, não levante o seu coração intimamente, e diga: “Senhor Jesus, dá-me”. Eu posso encontrar que ninguém vai ser salvo por suas orações, mas não posso encontrar que sem oração
alguém será salvo.
Não é absolutamente necessário para a salvação de um homem que ele leia a Bíblia. Um homem pode não ter aprendido nada, ou ser cego, e ainda assim ter Cristo no seu coração. Não é absolutamente necessário que um homem deva ouvir a pregação pública do Evangelho. Ele pode viver onde o Evangelho não é pregado, ou ele pode estar acamado, ou ser surdo. Mas, a mesma coisa não pode ser dita sobre a oração. A oração de um homem é absolutamente necessária para sua salvação.
Não existe nenhuma estrada real, quer para a saúde quer para a aprendizagem. Príncipes e reis, homens pobres e camponeses, todos de igual modo devem atender aos desejos de seus próprios corpos e de suas mentes. Nenhum homem pode comer, beber ou dormir por procuração. Nenhum homem pode aprender o alfabeto por outro homem. Tudo isso são coisas que cada um deve fazer por si mesmo ou, então, não serão feitas.
Assim como é com a mente e o corpo, é também com a alma. Há certas coisas absolutamente necessárias para a saúde e bem-estar da alma. Cada um deve atender a essas coisas por si mesmo. Cada um deve arrepender-se por si mesmo. Cada um deve dedicar--se a Cristo por si mesmo. E cada um deve falar com Deus e orar. Você deve fazê-lo você mesmo, pois ninguém pode fazer isso em seu lugar.
Estar sem oração é estar sem Deus, sem Cristo, sem graça, sem esperança, e sem céu. É estar na estrada para o inferno. Agora você sabe por que faço a pergunta, VOCÊ ORA?
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A Majestade de Deus na Criação e a Ecologia
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Hermisten Maia é ministro da Igreja Presbiteriana do Brasil, integrando a Equipe de Pastores da Primeira IP de São Benardo do Campo, SP. É formado em Teologia, Filosofia e Pedagogia. É Mestre e Doutor em Ciências da Religião, tem 20 livros escritos e mais de 500 artigos publicados. Leciona em diversas Instituições de Ensino Superior no Brasil e é professor pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Religião da Universidade Presbiteriana Mackenzie, SP.
Introdução
Um dos conceitos predominantes da filosofia grega clássica se referia ao dualismo entre matéria e espírito. Dentro desta compreensão da superioridade do espiritual, a matéria é má. Este dualismo influenciou até mesmo determinado grupo dentro da história do Cristianismo, denominado de Gnóstico, quanto à sua compreensão da Criação divina e da encarnação de Jesus Cristo.
No entanto, a fé cristã sustenta que tudo o que existe tem Deus como autor, que não somente cria algo externo a si mesmo (ele não se confunde com a matéria, nem é a matéria mera extensão sua), como também preserva por meio do seu poder.
A preservação é compreendida como aquela contínua operação do poder de Deus, pela qual ele sustenta e mantém todas as coisas contingentes - a Criação - a fim de que esta possa cumprir ordenadamente o propósito para a qual foi criada. Isto significa que a Criação de Deus não tem poder em si mesma para auto-existir; sem a sustentação de Deus o universo inteiro, toda criação deixaria de existir. "Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu ser, sustentando todas as cousas pela palavra do seu poder...."(Hb 1.3). A ideia de "sustentação" no texto,
( = "levar", "carregar"), além de preservação, é a de fazer com que as coisas sigam o seu rumo, o seu propósito determinado por Deus.
Isto nos conduz à nossa responsabilidade como agentes de Deus no cuidado e preservação do que ele mesmo nos confiou. A natureza tem o seu valor porque foi criada por Deus. Eu não preciso idealizar a natureza, humanizá-la ou divinizá-la; ela tem o seu próprio valor: O Deus sábio, soberano e bondoso a criou. Isto, por si só nos basta.
1. O Mundo Físico
O pecado, que consiste na quebra de relacionamento com Deus, trouxe ao ser humano diversas consequências. Entre elas a perda da sensibilidade espiritual. O ser humano perdeu a capacidade de reconhecer a Deus em seus atos manifestos em toda a Criação, na Palavra, e plenamente revelado em Cristo Jesus. A quebra desta comunhão com Deus vai interferir diretamente em todas as demais relações, inclusive em nossa maneira de ver e atuar no mundo.
O pecado alienou-nos de Deus, do nosso semelhante e da natureza. Assim, o pecado, de certa forma, desumanizou-nos. A Queda trouxe consequências desastrosas à imagem de Deus refletida no homem. Após a queda, mesmo o homem não regenerado continua sendo imagem e semelhança de Deus (aspecto metafísico): Apesar de o pecado ter sido devastador para o homem, Deus não apagou a sua "imagem", ainda que a tenha corrompido, alienando-o de Deus. O pecado trouxe como implicação a perda do aspecto ético da imagem de Deus. A nossa vontade, como agente de nosso intelecto, agora, é oposta à vontade de Deus. A imagem que agora refletimos estampa mais propriamente o caráter de Satanás.
No Éden só havia um livro: o livro da natureza; todavia, com o pecado humano, a natureza também sofreu as consequências, ficando obscurecida, perdendo parte da sua eloquência primeva em apontar para o seu Criador (Gn 3.17-19) e, como parte do castigo pelo pecado, o homem perdeu o discernimento espiritual para poder ver a glória de Deus manifesta na Criação (Sl 19.1; Rm 1.18-23). A Revelação Geral que fora adequada para as necessidades do homem no Éden - embora saibamos que ali também se deu a Revelação Especial (Gn 2.15-17,19,22; 3.8ss) - tornou-se, agora, incompleta e ineficiente para conduzir o homem a um relacionamento pessoal e consciente com Deus.
Todavia, mesmo a Criação sendo obscurecida pelo pecado humano, continua a revelar aspectos da natureza e do caráter de Deus.
A fé cristã fundamenta-se, porque foi por isso que ela se tornou possível, na existência de um Deus transcendente e pessoal que se revela, se comunica conosco. Sem a comunicação divina não haveria teísmo nem ateísmo, simplesmente jamais chegaríamos ao conceito de Deus ou à sua negação.
O Salmo 8 exalta a majestade do nome de Deus manifesta na Criação (1). É um hino que por meio do homem dignifica a majestade de Deus.
É possível que Davi tenha composto este Salmo na juventude, quando era apenas um pastor de ovelhas, quando as suas lutas eram bastante complexas na simplicidade de sua vida. Nesta fase de sua vida, certamente passava muitas noites dormindo ao relento, contemplando as estrelas no firmamento e refletindo sobre o poder de Deus. Esta mesma fé amadurecida pelas experiências com o Senhor o acompanhará. Outra ocasião provável é quando, um pouco mais maduro, já ungido rei, é foragido de Saul que queria matá-lo. Neste período teve oportunidade, ainda que com o coração angustiado,de experimentar a mesma sensação de ver e refletir sobre a imensidão do céu diante dos seus olhos(Sl 8.1,3).
O salmista contemplando parte da criação exulta demonstrando que em toda a terra o nome de Deus é exaltado. Ele ultrapassa a visão apenas local de Israel, para reconhecer que o testemunho de Deus na Criação se estende a toda a terra (1).
O salmista percebe que este reconhecimento da majestade de Deus só se tornou possível pela revelação de Deus na Criação: "Pois expuseste nos céus a tua majestade"(Sl 8.1).
No entanto, ele não se detém na criação, antes, vai além, reconhecendo a glória de Deus nela. No Salmo 19, Davi faz uma referência semelhante, de modo mais amplo (Sl 19.1-4).
Contudo, os homens, insensíveis à majestade de Deus, corrompidos em seus pecados, entregaram-se à idolatria (Rm 1.20-25).
A Criação, portanto, nos fala de Deus, de sua majestade e poder. É necessário que tenhamos nossos olhos abertos para contemplar a Deus por intermédio de suas obras. A confiança do salmista passava pela criação e repousava em Deus (Sl 121.1-3).
2. No Ser Humano
Argumentando de forma espacialmente dedutiva, faz uma pergunta retórica: "Que é o homem, que dele te lembres E o filho do homem, que o visites?" (Sl 8.4).
A sensação é de pequenez diante do vasto universo, do qual posso contemplar, ainda hoje, uma minúscula parte. O sistema solar é apenas um pequeno ponto no universo que conhecemos limitadamente.
Séculos depois, encontramos admiração semelhante entre os gregos. Todavia, a admiração dos gregos ao contemplar o universo, os conduziu em outra direção. Eles diziam que a admiração conduz o homem à filosofia. Platão (427-347 a.C.) e Aristóteles (384-322 a.C.) estão acordes neste ponto. 1
Nestas reflexões surgem as explicações a respeito da origem da vida:
a) Tales de Mileto (c. 640-547 a.C.): Por meio do estudo doxográfico, sabemos que Tales, considerando a necessidade da água para a sobrevivência de tudo, afirmava ser a água a origem de todas as coisas (por rarefação e condensação), e a Terra flutuava como um navio sobre as águas 2. Os terremotos são explicados pelo movimento das águas (Dox.,1). Deus criou todas as coisas da água (Dox.,9). Plutarco atribuiu esta concepção aos egípcios. No que talvez ele tenha razão.
b) Anaximandro (c. 610-547 a.C.): Foi o primeiro a usar a palavra "princípio" (/). (Dox., 1). O princípio de todas as coisas é o "Ápeiron" ( = "sem fim", "ilimitado", "indeterminado", "indefinido"). (Dox.,1,2,6).
c) Anaxímenes (c. 585-528/525 a.C.): O Ar é o princípio de todas as coisas (Dox.,1-2); inclusive dos deuses e das coisas divinas; sendo o ar um deus (Dox.,3). O homem é ar, bem como a sua alma; esta nos sustenta e governa (Frag.,1; Dox.,5-6).
d) Heráclito de Éfeso (c. 540-480 a.C.): Todas as coisas provêm do fogo - que é eterno - e para lá retornarão (Frags.,30,31,90, Dox.,2).
Diferentemente, a admiração de Davi o conduziu a glorificar a Deus e, num ato subsequente, a indagar sobre o homem nesta vastidão da criação. A sua pergunta assume também uma conotação metafísica, não podendo ser respondida apenas a partir de um referencial material.
O salmista argumenta que na própria existência de uma criança sendo ainda amamentada, temos um testemunho da majestade de Deus que a gerou e que produz no seio materno o leite para que ela possa ser alimentada (Sl 8.2). O mesmo ocorre em sua sincera sensibilidade espiritual (Mt 21.15-16). Davi entende que só isso seria suficiente para calar os adversários ateus.
Ele reverentemente se admira do fato de Deus se lembrar de nós (Sl 8.4). Tendo o sentido de "prestar atenção", sustentar, cuidar. Admira-se também de Deus nos visitar. Que pode ter o sentido de passar em revista, observar (Êx 3.16), vir ao encontro. O significado no texto é de uma visita abençoadora e salvadora (Gn 21.1; 50.24-25/
Êx 13.19; Êx 4.31; Sl 17.3; 65.9; 80.15; 106.4).
"Fizeste-o, no entanto, por um pouco, menor do que Deus e de glória e de honra o coroaste" (Sl 8.5). Mais do que a imensidão do universo, o que realmente conta é o valor e a dignidade atribuída ao homem: Deus o criou à sua imagem. Ele tem características espirituais, intelectuais e morais semelhantes às de Deus, apenas em grau adequado à criatura finita. No entanto, isto se torna mais difícil de perceber devido ao pecado que ainda que não tenha aniquilado esta imagem, a deformou gravemente.
O nome aplicado a Deus pode referir-se, conforme interpreta Hebreus, aos seres angelicais (Hb 2.6-8). "Por um pouco" (5) parece significar "por pouco tempo", 3 ainda que não necessariamente. 4
A ideia básica, então, é que o homem após a queda foi colocado numa posição temporariamente abaixo dos anjos. Contudo, em Jesus Cristo temos a verdadeira restauração de nossa humanidade. Na ressurreição teremos novamente a imortalidade (Mt 22.30); participaremos efetivamente do juízo final (Mt 12.41-42; 19.28; 1Co 6.2-3; Ap 20.4). Estaremos para sempre com o Senhor; os anjos terão cumprido o seu papel (Hb 1.14). Todas as coisas estarão sujeitas ao Senhor (1Co 15.26-28).
O profeta Jeremias descreve a Criação como uma manifestação da sabedoria e inteligência de Deus (Jr 10.12/ Jó 36.22/Sl 139.14).
Se por um lado o homem partilha com os outros animais de uma identidade de criação (Ec 3.19,20), por outro, estabelece-se biblicamente uma grande distância entre o homem e o resto da criação porque fomos criados à imagem de Deus, por isso, somos seres pessoais como Deus é, temos uma personalidade que permite não nos limitarmos ao nosso corpo, embora este faça parte de nós e não lhe seja algo mau, inferior ou desprezível: a alma e o corpo são criações de Deus e, ele mesmo pelo seu poder ressuscitará o nosso corpo na vinda gloriosamente triunfante de Jesus Cristo. A ressurreição do corpo, por si só, é um indicativo relevante acerca da condição não desprezível da matéria.
O ser humano como criação secundária (em termos de ordem, não de importância), foi formado com maestria e habilidade de matéria previamente criada por Deus (Gn 3.19); entretanto, ele recebeu diretamente de Deus o fôlego da vida (Gn 2.7), passando ao mesmo tempo a ter uma origem terrena e celestial.
Ao ser humano foi conferido o poder de ir além da matéria, podendo raciocinar, estabelecer conexão e visualizar o invisível.
Ao homem, portanto, foi concedido o privilégio responsabilizador de raciocinar, escolher livremente o seu caminho de vida, verbalizar os seus pensamentos e emoções, podendo, assim, dialogar com o seu próximo (Gn 3.6) e com Deus (Gn 3.9-13), sendo entendido por ele e entendendo a sua vontade.
O ser humano tem autoconsciência: ele não se limita ao seu corpo; ele tem um corpo, mas não é simplesmente o seu corpo, como os animais inferiores o são. Curiosamente, o homem é o único ser que tem consciência da sua nudez. Paralelamente a isso, encontramos o homem no momento do nascimento, com certas desvantagens em relação aos outros animais, os quais já desde bem cedo aprendem a sobreviver sem a intervenção necessária de suas mães... Entretanto, estes animais não evoluem, não transformam, não modificam as suas "culturas".
Somente o ser humano tem a devida consciência da majestade de Deus revelada na Criação.
3. No Compartilhar de Seu Poder
"Deste-lhe domínio sobre as obras da tua mão e sob seus pés tudo lhe puseste" (Sl 8.6).
Deus compartilha com as suas criaturas o seu poder, ainda que não abrindo mão de sua soberania. O nosso domínio está sob o domínio de Deus.
Desde a criação o homem foi colocado numa posição acima das outras criaturas, cabendo-lhe o domínio sobre os outros seres criados, sendo abençoado por Deus com a capacidade de procriar-se (Gn 1.22).
Como indicativo da posição elevada em que o homem foi colocado, o Criador compartilha com ele - abençoando e capacitando-o - do poder de nomear os animais - envolvendo neste processo inteligência e não arbitrariedade - e também de dar nome à sua mulher (Gn 2.19,20,23; 3.20).
E mais: Deus delega-lhe poderes para cultivar ('abãr) (lavrar, servir) e guardar (shamãr) (proteger, vigiar) o jardim do Éden (Gn 2.15), demonstrando a sua relação de domínio, não de exploração e destruição, antes, um cuidado consciente, responsável e preservador da natureza (Sl 8.6-8).
Todavia, todas estas atividades envolvem o trabalho compartilhado por Deus com o ser humano. O nomear, procriar, dominar, guardar e cultivar refletem a graça providente e capacitante de Deus. É neste particular - domínio - que o homem foi bastante aproximado de Deus pelo poder que lhe foi conferido.
No entanto, ainda que isto seja demonstrado, especialmente pelo avanço da ciência, novos e novos desafios surgem. A plenitude deste domínio temos em Cristo Jesus, verdadeiro Deus e verdadeiro homem.
Algo admirável neste salmo, é que o salmista em seu hino começa com Deus, glorificando o nome de Jeová
e conclui tornando a ele, testemunhando com júbilo a magnificência de seu nome em toda a terra (Sl 8.1,9).
Algumas Aplicações
Somente partindo de Deus poderemos ter uma visão correta da natureza e de nós mesmos. A visão significativa de nossa horizontalidade, depende fundamentalmente de uma compreensão correta de nossa verticalidade. A pergunta sobre o homem começa em Deus e termina em Deus. Somente a partir de uma visão correta de Deus podemos perceber a beleza da Criação como uma manifestação de sua bondade e poder. Deste modo, adquirimos uma ótica correta para enxergar a vida e o dinamismo necessário para agir de modo coerente com a nossa fé.
Cultivemos a sensibilidade para com Deus que nos permita enxergar a sua glória nas pequenas e grandes coisas criadas. Não nos detenhamos na natureza; toda natureza é um testemunho sobrenatural da majestade de Deus. Glorifiquemos a Deus tratando com honra e dignidade aquilo que ele nos confiou para guardar.
Temos de reconhecer a nossa intimidade e compromisso de obediência a este Deus majestoso: ele é o nosso Senhor (Sl 8.1,9).
O modelo do que Deus tem para nós encontra a sua perfeição em Cristo, Aquele que por causa de nosso pecado, motivado por sua graça inefável, se humilhou, assumindo a forma de servo, inferior aos anjos, para que, vencendo a morte, o pecado e satanás, pudesse trazer à tona o verdadeiro sentido da genuína humanidade (Hb 2.9).
A pergunta a respeito do que é o homem, encontra a resposta plena em Jesus Cristo, o verdadeiro e perfeito modelo de nossa humanidade.
Quando usamos adequadamente dos recursos que Deus nos confiou para dominar a terra, estamos cumprindo o papel da criação glorificando a Deus. É necessário, portanto, que glorifiquemos a Deus em nosso trabalho pela forma legítima como o executamos.
A natureza como a Criação em geral não pode ser considerada separadamente de Deus, pois deste modo ou ela torna-se o centro de todas as coisas (idolatria) ou, é menosprezada, tornando-se apenas um detalhe cósmico o qual o homem pode usar a seu bel-prazer com objetivos egoístas e, portanto, destruidores. Por isso, partilho do conceito de que é impossível uma genuína ecologia - "o estudo do equilíbrio das coisas vivas na natureza" 5 - divorciada da teologia bíblica. A questão "ecológica" é, antes de tudo, uma questão teológica.
A natureza tem valor não simplesmente por uma questão pragmática - a nossa sobrevivência -, mas, porque foi criada pelo mesmo Deus que nos criou e nos incumbiu de amar e preservá-la. Não ousemos menosprezar o que Deus criou. A nossa humanidade é também demonstrada na forma como lidamos com a Criação. O valor de toda a realidade é-nos comunicado pelo Deus Criador, o nosso majestoso Senhor
1 - Vejam-se:Platão, Teeteto, 155d: In: Teeteto-Crátilo, 2. ed. Belém: Universidade Federal do Pará, 1988, p. 20; Aristóteles, Metafísica, São Paulo: Abril Cultural, (Os Pensadores, Vol. IV), 1973, I.2. p. 214.
2 - Doxografia, 1-4.
3 - Cf. Derek Kidner, Salmos 1-72: introdução e comentário, (Sl 8.5-6), p. 84. Do mesmo modo: Simon Kistemaker, Hebreus, São Paulo: Cultura Cristã, 2003, (Hb 2.7-8), p. 94-95; Henry M. Morris, Amostra de Salmos, Miami: Editora Vida, 1986, p. 22-23 e Betty Bacon, Estudos na Bíblia Hebraica, São Paulo: Vida Nova, 1991, p. 105. Veja-se: W.S. Plumer, Psalms, Carlisle, Pennsylvania: The Banner of Truth Trust, © 1867, 1975 (Reprinted), (Sl 8), p. 126-127.
4 - Veja-se, entre outros: Victor P. Hamilton, Ma'at: In: R. Laird Harris, et. al., eds. Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento,São Paulo: Vida Nova, 1998, p. 862-863.
5 - Francis A. Schaeffer, Poluição e a Morte do Homem,São Paulo: Cultura Cristã, 2003, p. 12.
https://books.google.com/books?id=4IwAJrpdbfgC&lpg=PP1&hl=pt-BR&pg=PP1#v=onepage&q&f=false
PALAVRA DO TRADUTOR:
Consiste em uma grande satisfação está disponibilizando aos nossos leitores mais um texto de natureza acadêmica; este texto vem preencher uma lacuna nos círculos acadêmicos ávidos por um conhecimento do pensamento de Van Til seu método apologético e a sua abordagem filosófica; embora, a orientação do CEP seja distinta das implicações do vantilianismo, isto não nos impede de traduzirmos um artigo como este que expõe de maneira lúcida e clara o pensamento deste grande erudito.
Deixe-nos contar os antecedentes desta tradução. Estávamos preparando uma aula para ser ministrada no NÚCLEO DE CONHECIMENTO NACIONAL BRASILEIRO - ÁGORA, onde exercemos a docência, a nossa disciplina se relacionava com epistemologia filosófica um curso sobre cosmovisão com uma concentração na área apologética; neste processo de elaboração do conteúdo para ser aplicado em sala de aula, percebemos a necessidade de se trabalhar o conceito de apologética apartir de dois grandes filósofos cristãos: Gordon Handdon Clarck e Cornelius Van Til.
Na ementa disciplinar incluía um seminário para debater as duas concepções apologéticas de ambos eruditos, todavia, tínhamos duas apostilas que travam de Gordon H. Clarck e outra de Cornelius Van Til; entretanto, a apostila que abordavam a obra de Van til tinha um cunho muito criticista para com método apologético do mesmo. Então, percebemos que aquele proceder seria desproporcional ao objetivo do seminário: defesa dos pontos apologéticos de cada erudito.
Neste ínterim procuramos algum texto em português que fosse bem positivo e que servisse ao propósito tencionado pela ementa disciplinar, todavia, não encontramos nada. Vasculhando a pasta de artigos e livros a serem traduzidos pelo CEP encontramos este artigo do William Edgar, mas para nossa surpresa era um texto em Italiano! Começamos a ler o texto, relembrando de algumas aulas que tivemos quando adolescente com um professor, aceitamos o desafio! Empreendemos-nos a traduzir o texto.
O texto como um todo ainda mantém alguma impropriedade à nossa língua materna, todavia, pedimos a indulgência de nossos leitores enviando-nos suas solícitas correções no sentido de melhorar a presente tradução.
A leitura deste pequeno artigo há de ajudar muitas pessoas a compreenderem o pensamento de Van Til em questões peculiares, poderão observar como ele aprendeu muito com os eruditos do passado como Abraham Kuyper, Herman Bavinck ,Herman Dooyeweerd e Geerhardus Vos.
A defesa que o William Edgar faz da apologética de Van Til é simples, clara e honesta certamente há de lançar muita luz aos que são Vantilianos e mesmo naqueles que não o são. Que Deus use esta tradução para a sua glória somente.
Tradutor,
João Ricardo Ferreira de França
Fundador e Presidente do
Centro de Estudos Presbiteriano.
São Raimundo Nonato – PI
25 de novembro de 2011.
www.centrodeestudospresbiteriano.blogspot.com
Dedicatória do tradutor
Dedico o presente trabalho de tradução ao meu amigo Reverendo Rodrigo Ferreira Brotto, por seu vantilianismo exagerado, e mais que isso por ser nosso amigo e pastor. Que Deus possa te preservar na mais terna humildade e te fazendo cada dia mais fiel à Sua Palavra para a Glória dEle Somente.
A apologética de Cornelius Van Til*[1]
William Edgar[2]
(De "Estudos em Teologia", # 13, o primeiro semestre 1995)
Professor Cristão
O ano de 1995 marca o centenário de um grande pensador, ainda que conhecido somente para um punhado de teólogos que estão interessados na sua apologética. Cornelius Van Til nasceu 03 maio de 1895 em Grootegast, na Holanda. Sua carreira se desenvolveu sem lugar especial, mesmo que seu pensamento tem aspectos claramente revolucionário. Sua família se mudou para os EUA em 1905 e ele foi criado num ambiente cristão reformado de origem holandesa ("Cristã Reformada") que proporcionou uma fé sólida que vai caracterizar a sua vida e seu pensamento até sua morte. Em um panfleto popular, ele conta como Deus era uma presença real no meio ambiente, na aldeia e da escola (Cristã) em que ele viveu, em vez de um tópico de discussão.[3] Van Til diz que nunca havia passado por um período de dúvida, mas diz que sua fé não depende das circunstâncias de sua criação, mas pela graça de Deus, o revelador.
Depois de terminar seus estudos na Calvin College em Grand Rapids, depois em Princeton, em Nova Jersey e ter ensinado por um curto tempo nesta mesma universidade, e por curto espaço de tempo teve um ofício pastoral. Em 1929 ele tornou-se professor na Faculdade Teológica de Westminster, na Filadélfia, onde permaneceu durante toda a sua carreira acadêmica. Se desconsiderarmos os textos dos cursos de sua universidade, Van Til publicou um número considerável de obras. Você pode contar trinta livros e uma infinidade de artigos[4]. Apesar de seus compromissos, era notável que ele pregava com freqüência e fez muitas palestras públicas. Ele lia assiduamente literatura Inglês, americano e russo, conhecia grandes museus da Europa e particularmente apreciado a música barroca de Johann Sebastian Bach[5].
As origens do pensamento vantiliano
No campo Teológico nosso apologista atraiu pelo menos quatro fontes. Antes de mais nada vale a pena mencionar Abraham Kuyper (1837-1920). O último foi influenciado pelo "despertar" do século XIX os holandeses, foi pastor e o primeiro-ministro de seu país. Seu trabalho teológico é grande. Seu neo-Calvinismo é dominado por um princípio central, o da soberania de Deus sobre a cultura humana. Kuyper declarou que o centro de todo e qualquer movimento intelectual atual da história é o coração humano. Se uma sociedade quer ser cristã, então o coração da maioria dos seus membros deve ser regenerado a permitir uma visão positiva de mundo (Weltanschauung). Em contraste, um coração não regenerado pode fazer uma sociedade "revolucionária", não uma civilização.
Herman Bavinck (1854-1921) é a segunda maior fonte de pensamento vantiliano. Bavinck foi professor de teologia dogmática em Kampen e Amsterdã e prometeu recuperar o calvinismo como a verdade da teologia bíblica. Apresentando uma grande capacidade de síntese, escreveu uma Dogmática Reformada continua a ser um monumento de teologia sistemática.
A terceira fonte de Van Til pensamento é o Grupo de Amsterdã e em particular por Herman Dooyeweerd (1894-1977). Este último é considerado, juntamente com D.H.Th. Vollenhoven, o fundador da filosofia da Idéia de pontos de Lei[6] que cada pensamento é determinado por um motivo básico de natureza puramente religiosa. Isso leva a três elementos. A coerência do mundo, a unidade profunda do pensamento humano e a origem no Criador de todas as coisas. Esta filosofia, que pretende ser radicalmente bíblica, promove a crítica transcendental que visa lançar "autonomia alegada" o nu de todo o pensamento teórico no princípio que rejeita sua dependência do Criador.
A quarta influência que não pode ser negligenciada é do exegeta Geerhardus Vos (1862-1947). Ele também nasceu na Holanda, foi professor de teologia bíblica na Faculdade de Teologia na Universidade de Princeton, nos Estados Unidos (1893-1932). Ele foi um dos estudiosos mais antigos e notáveis protestantes que disse que o personagem histórico - a revelação bíblica redentora ao invés de isoladas postulados. Muito antes C.H. Dodd observou o "já e ainda não" da revelação, e tem colocado no centro de sua teologia, o conceito de aliança entre Deus e os homens.
Situação na história das idéias
De Justino Mártir e Tertuliano, os dois gigantes dos Padres apologistas do segundo século, Van Til toma o lado de quem disse "o que semelhanças podem ser estabelecidas entre um filósofo e um cristão?"[7]·. Van Til está em algum lugar mais na esteira de Anselmo e no de Tomás de Aquino, mais do que Pascal Paley. No entanto, é um fideísta, porque juntamente com Kuyper e da filosofia de Amsterdã quer construir a epistemologia cristã que toma emprestado o vocabulário dos filósofos não se ater às suas fundações.
Van Til estava convencido de que o Ocidente culturalmente desmoronou por causa de uma crise de caráter intelectual. Especialmente na Inglaterra no século XVIII, estava perigosamente apologética adaptado às necessidades do deísmo. Essa filosofia pensava que Deus iria corresponder às necessidades de um universo coerente que a razão humana era o instrumento adequado para descobrir a verdade. Para um teólogo Joseph Butler, por exemplo, toda a natureza iria encontrar sua analogia nos princípios da fé. Este bispo anglicano pensou que crer em Deus era menos propenso a acreditar na natureza e em suas próprias leis[8]. David Hume, empirista e cético, argumenta que a probabilidade de tal analogia é muito fraca. Em seu famoso Diálogo sobre a Religião Natural (1751: publicado em 1778) ele afirma que todas as provas que começa com o mundo e chegar a Deus, porque a mesma falta de probidade do mundo está cheio de ambigüidade como a coexistência do bem e do mal. O mundo não esconde a percepção humana, no entanto, porque o intelecto não é nada, mas a associação da percepção sensorial e não coincidem necessariamente com a realidade. Conseqüentemente, as manifestações de Deus, em quem os cristãos acreditam que tais milagres não são demonstráveis. Eles são aceitos, porque não havia dúvida de que o efeito, a multiplicação dos pães e a abertura do Mar Vermelho, foi o produto de uma causa que é a intervenção de Deus. De acordo com Hume, ao contrário, o fato de que você estabelecer algumas relações entre causas e efeitos é derivado apenas do hábito. O princípio da identidade é resolvido, portanto, uma ilusão. Não se pode provar, nem milagres, nem a existência de Deus
Ao questionar a objetividade da ciência, Hume provoca uma crise de caráter intelectual. Ao mesmo tempo, ele ergueu um muro entre o nosso conhecimento e da religião. O que deve ser notado aqui é o fato de que a apologética clássica não é capaz de responder ao seu ceticismo. Nem o método de Butler e Paley, nem a do influente Sense Common ("senso comum") estão à altura da tarefa. Esta corrente de pensamento, representada por Thomas Reid (1710-1796) e Douglas Stewart (1753-1828), diz que, apesar de as teorias psicológicas de Hume, nossa intuição é capaz de conduzir a confiabilidade do que observamos. Thomas Chalmers (1780-1847), ele também adepto do realismo filosófico é dedicado à apologética chamada "evidencialista", porque ele insiste sobre a acessibilidade de dados e evidências em favor do cristianismo[9]. Este conceito será a principal escola de pensamento entre os cristãos nos EUA par mais de um século na Faculdade de Princeton.
O filósofo de K nigsberg ", Immanuel Kant (1724-1804), vai tentar superar o obstáculo do ceticismo de uma forma radical. Como salvar a ciência, impedindo-a de cair em ceticismo e ao mesmo tempo preservando a religião? A solução está na crítica. que rejeita tanto o empirismo de Hume, que começa e termina com a experiência, o que faz com que tudo depende da revelação teológica. para ele, o intelecto humano é capaz de base de qualquer verdade. o estudo de objetos pode, em primeiro ocorrer através de um empirismo realista baseado no intelecto.
De acordo com a sua "revolução copernicana" não é o objeto de ditar o seu homem significado, mas sim a mente humana que determina a natureza das coisas. A ciência é, portanto, salvo. Desde Kant postula a existência de Deus como todas as questões relacionadas com o exterior de todas as provas possíveis, a religião não é deixado a si mesmo. Mesmo as fundações de questões morais e teológicas podem ser encontrados no intelecto. Essas fundações são, no entanto, desta vez no reino noumenal e é isso que ele chamou de imperativos categóricos que não dependem de um fim mensurável.
Diz-se que Kant "salvou o desqualificar a ciência sem religião". Na verdade, a própria ciência está ameaçada pelo relativismo, porque é impossível ter a certeza de que o intelecto só pode ditar o significado correto dos objetos. Religião e moralidade são, por outro lado, relegada a uma esfera intocável evitando assim avaliar se o valor absoluto universal de Kant também.
Um século mais tarde, o jovem Van Til está localizado em um ambiente fortemente influenciado pela filosofia do senso comum. Descobrindo o pensamento de Kuyper e filósofos de Amsterdã, em seguida, percebeu a engenhosidade da apologética clássica realizada pelos teólogos de Princeton, a quem ele ainda admirava. Por um lado, a filosofia do senso comum realmente não tinha respondido ao ceticismo de Hume, ela também não tinha os meios para lidar com um gigante como Kant, cujo objetivo era re-pensar em uma inegável básica. Van Til propôs outro método: o pressuposicionalismo.
Este termo é um pouco limitado e Van Til não o usava facilmente. Em qualquer caso, os evangélicos americanos nos ambientes em que falamos de Apologética falam de duas tendências conhecidas como pressuposcionalismo e evidencialismo. Pena que não encontramos termos melhores que estes. O "pressuposto" é nada mais do que uma suposição ou hipótese, mas esta é muito diferente do método vantiliano. Da mesma forma o termo "evidência" tem um significado particular em Inglês porque se refere a "prova testemunhal" ou testemunho, e isso significa um método de apologética [que] é baseado no relato bíblico, arqueológico e tudo o que pode confirmar a validade do cristianismo.
Van Til reuniu todos os diferentes métodos pelo pressuposcionalismo (do qual também há avanços na Antiguidade), sob a expressão "método tradicional". Certamente esta é uma simplificação exagerada, mas sua intenção era minar apologética que seria baseado em um terreno comum e neutro. Justino Mártir, com seu princípio do logos, ou Tomás de Aquino, que atribuiu à razão a capacidade de descobrir Deus, sem revelação, ou destacá-lo moderno, todos descansando sobre as areias movediças do racionalismo.
Fundamentos do Pressuposicionalismo.
Para simplificar o pensamento de Van Til você pode adotar três adjetivos. Primeiro de tudo pressuposicionalismo o quer ser radical. Isto significa que você não quer parar na superfície. Van Til opõe-se eruditos que pensavam a partir do evidencialismo para encontrar um ponto de encontro na lógica aristotélica ou exame honesto dos fatos da história. Porque nada é neutro e nem as leis da lógica, que devemos ir mais fundo. E se temos de encontrar a raiz de todos os problemas é não ser enganado pela falsa impressão de estar em acordo [com o incrédulo]. Depois de Hume e Kant deve ser considerada suspeita, mesmo com o empirismo. Análise radical deve capturar o coração do problema que decorre da ausência de provas ou não, mas de uma atitude de espírito.
O método clássico em voga até hoje é a maneira muito negativa na alavanca. Tomemos por exemplo a questão do túmulo vazio de Jesus e analisar as diversas soluções possíveis. O cadáver foi roubado pelos discípulos? Impossível, porque eles estavam prontos para arriscar suas vidas por causa do fato da ressurreição. Os romanos não teriam matado Jesus? Improvável porque eles nomearam um executor extremamente capaz. Jesus teria sido drogado? Certamente não, porque não tem força para remover a pedra. Mesmo se você pode reconhecer algum mérito a estes argumentos, Van Til diz que antes de você usá-lo é necessário definir alguns elementos historiográficos e epistemológicos pode dar sentido a esses argumentos. Isto significa que sem um quadro positivo que explica como os objetos são conectados uns aos outros, um túmulo vazio por si só não significa que grande [coisa].
A crença na ressurreição não significa acreditar na ressurreição do Cristo bíblico, o Deus encarnado que morreu por nossos pecados na história. O hinduísmo, por exemplo, não tem a princípio, nenhuma dificuldade com uma tumba vazia. A "Nova Era" não tem nenhuma dificuldade, porque reconhece a existência de um universo "espiritual" cheia de milagres e acontecimentos inexplicáveis. Evitando ir à raiz da questão é pensado para estar de acordo, mas no final não é.
O pressuposicionalismo é a uma abordagem integral. Cada pessoa e cada sociedade têm uma cosmovisão do mundo de forma certa.[10] O ponto de partida de cada visão de mundo é a fé. Na base de cada olho no universo há uma escolha de natureza religiosa que tenta responder as interrogações de todos os homens. "Quem somos nós? Qual é a condição humana? Para onde vamos?" Você pode responder a estas perguntas básicas em uma visão cristã dando origem a uma visão fundada na revelação, ou em um não-cristão. Seja qual for o tipo de resposta é clara, no entanto, tem caráter pré-teóricas.
Tudo conscientemente ou não que se segue é ligado a este ponto de partida. Embora com alguma sombra, uma visão de mundo assemelha-se os paradigmas sugeridos por Kuhn.[11] De acordo com ele caminhamos no mundo, com perguntas de nossa existência age como um quadro de pensamento através do qual tentamos resolver os problemas. Sem perceber, portanto, remete o nosso espírito de volta para certas "regras" que ditam como proceder heuristicamente. Para mudar o paradigma requer uma conversão real. Para citar um exemplo preferido por Kuhn, a revolução copernicana (a real!). Não se concretizou por causa de uma melhor observação das estrelas. Copérnico estava descontente com a complexidade do universo ptolomaico, e depois tentaram substituir um sistema mais simples e esteticamente agradável.
Se a visão do mundo começa com esse movimento pré-teórico, é então manifestado no varejo, cultura, teoria e comportamento. A explicação do movimento dos planetas e do modo de se vestir são finalmente ligados. Não há neutralidade. Você também pode perceber como o personagem da visão cristã do mundo depende da relação com Deus definiu a noção de aliança. Ele, Van Til, demonstra claramente a influência de Geerhardus Vos. De acordo com a teologia bíblica na verdade, cada etapa da história da relação entre Deus e os homens é uma mudança na aliança e, ao mesmo tempo por mudanças na própria visão de mundo.
Para esclarecer, podemos nos referir às famosas categorias de Agostinho. Antes da queda, posse peccare envolve um pensamento aberto à revelação de Deus. Depois da Queda, non posse non peccare a domina com sua reivindicação de autonomia. De acordo com Van Til, na esteira de filósofos de Amsterdã, o pensamento desliza em dualidades não-cristãs. Depois, redimiu em Jesus Cristo, que define posse non peccare e nós começamos a longa jornada em direção a uma nova visão do mundo. Note-se aqui como cristãos muitas vezes têm dificuldade em libertar-se do dualismo. Finalmente, no céu, non posse peccare é que define a condição de um pensamento intacto.
Para resumir a idéia de integridade podem ser mencionados Dooyeweerd.
Do ponto de vista bíblico, devemos primeiro descobrir que a revelação divina tem um motivo central que representa o conhecimento fundamental e para a sua natureza integral e concessões regra radical, sem qualquer concepção dualista da existência humana e da realidade terrena. E "a razão para a Criação, a Queda e da Redenção em Jesus Cristo em comunhão com o Espírito Santo. Não podemos aceitar a doutrina da tal razão que não agir de uma maneira poderosa em nossos corações. Não há nenhuma esfera da vida sobre a terra que nós podemos manter como um berçário para a nossa independência contra o nosso Criador.[12]
Terceiro, o pressuposicionalismo tem um caráter transcendental. Este é provavelmente o ponto em que esse movimento difere de outras correntes no campo da apologética. O termo evoca a crítica de Kant, mas Van Til tem uma maneira muito diferente. Apesar de Van Til, como Kant, quer estabelecer o conhecimento da verdade, mas ele está nos antípodas do princípio humanista Kant em assumir que o Deus trino e criador. E 'esse princípio que permite uma reflexão adequada, bem como um verdadeiro pensamento crítico. Enquanto o método tradicional no campo da apologética se contenta em encontrar um terreno comum com os não-cristãos, a uma compreensão apriori de pressuposicionalismo requer uma clareza de suas condições.
A abordagem não é apenas a sua própria justificação transcendental para evitar o risco de acordo superficial, mas também em enfatizar a importância do ponto de partida a visão do mundo que tudo vem de Deus e sua revelação. Adotar critérios neutros é uma traição à soberania do próprio Deus.
Para ilustrar este ponto, podemos nos referir ao argumento de Butler de probabilidade. De acordo com ele o cristianismo exemplifica uma analogia com a natureza. E "portanto" altamente provável "que é verdade. Van Til diz que o primeiro erro é subjugar a Deus que a norma humana de probabilidade. Pois é somente através de Deus, que pode julgar a probabilidade ou não de uma coisa dada, é indecente colocar-se na escala humana. Van Til costumava citar o Salmo 30.10: "Na tua luz vemos a luz."
Van Til tem sido freqüentemente acusado de fideísmo e pedir uma fé que é puro e desprovido de motivação. Esta censura pode ser entendida, mas é injusto. A este respeito, pode evocar um artigo de John Warwick Montgomery.[13] Este conta uma história divertida de um cartoon belga.[14] Nele, a terra é considerada o centro com o planeta à sua esquerda e a sua direita Shadok Gibi do planeta. Estes dois planetas estão em guerra uns com os outros e tão diferentes que não podem falar uns com os outros de qualquer forma. Montgomery usa esta metáfora para criticar o pressuposicionalismo. O Gibi Shadok a dizer que a verdade não é acessível a eles, porque é revelado no "Bible-Shadok". O Gibi responder que a verdade reside apenas no "Bible-Gibi". O Shadok então, diz que não pode ser entendida senão por intermédio da "Espírito-Santo-Shadok" Gibi e depois eles por sua vez que a sabedoria é adquirida somente através do "Espírito-Santo-Gibi". E assim por diante.
De acordo com Montgomery, Van Til é incapaz de comunicar com os outros porque ele se recusa a abandonar suas suposições. Ou seja, é uma espécie de fideísmo, que requer um chamado para acreditar como se fosse um salto no vazio. Na verdade, a estrutura é muito vantiliana. Os dois partidos não existem em dois planetas diferentes, mas no mesmo planeta, o único Deus verdadeiro do incrédulo se recusa a abrir seus olhos para a revelação de Deus, que a revelação conhecida por seu próprio coração e, neste sentido, devemos ao mesmo tempo falar de conhecimento de Deus e da ignorância de Deus! Isso corresponde ao que Paulo diz no primeiro capítulo de Romanos, quando fala de homens que "suprimem a verdade em injustiça" (1:18).
Nesta abordagem, a questão transcendental de ligar o "ponto de encontro". Este é evocada por Karl Barth (1886-1968) que Van Til tenta responder. O anknüfungspunkt levanta a questão se um Deus totalmente outro para atender a uma criatura pecadora. Barth rejeitou a idéia de uma revelação natural de Deus pode reduzir à dimensão horizontal. Van Til diz por sua vez que o ponto de encontro é na revelação geral. Tomando uma expressão de Calvino, ele oferece grande importância para divinitatis sensus, a "semente da religião" que todos os homens vivos [ tem].
O Método Pressuposicionalista
No centro da apologética de Van Til, há dois princípios. O primeiro é o "método indireto"[15]. Isto significa que o crente não pode dialogar com aqueles que não estão de forma direta, ou seja, apelo à evidência ou dados que deveriam ser comuns. A menos que concordar com os pressupostos que dão sentido à realidade, enganando um entendimento. Van Til rejeita qualquer padrão que tem a ver com a ilusão de teologia natural, porque construir sobre uma base de revelação racional do tipo que for. Realmente não é correto falar do método, porque não é muito de uma tensão para a verdade, mas sim um modo de proceder que não leva em conta a importância dos pressupostos.
O segundo princípio é o da analogia. O termo é muito comum no campo da teologia e pode jogar sentidos diferentes. Para Van Til é uma expressão que resume um modo de pensar que quer permanecer fiel a Deus o criador. Para ele a acreditar que a verdadeira interpretação da realidade só é possível ouvindo a revelação de Deus, deve evitar qualquer raciocínio como a lógica exclusivamente humana diria que está totalmente no raciocínio de Deus só permite que um análogo de conhecer a verdade sem tem a pretensão de ser exaustiva. De acordo com o racionalismo anti-cristão, por exemplo, seria contrário ao princípio de valor universal. De acordo com este princípio não pode ser a mesma coisa e não ser ao mesmo tempo. Seguindo essa lei lógica (aristotélica), tomar como verdadeira a onipotência do Deus eterno e da liberdade do mundo criado é uma impossibilidade porque contradizem uns aos outros. De acordo com Van Til, no entanto, à luz do princípio da analogia, você pode aceitar esta aparente contradição sem cair no irracionalismo, porque nosso conhecimento de Deus depende disso e não é autônomo.
De acordo com Van Til diálogo com os não crentes pode ser frutífera se não cumprir os dois princípios acima enunciados. Não vai, portanto, dar um passeio com o não-crente não pode ser feito, mas para encontrar a fraqueza de seu raciocínio para começar com o básico. Mais tarde, já que apenas um raciocínio analógico pode ser rigorosos, devemos desafiar o partido pedindo-lhe para suportar até o racionalismo extremo. Isso é claramente impossível, porque o ponto de partida do racionalismo é a "fé" que "esperança" de que tudo pode ser entendida à luz da lei de não contradição. O não-crente é sempre ter que escolher entre racionalismo e irracionalismo. Na parte inferior do método, ou pressuposicionalista forma, há uma grande liberdade que lhe permite assumir o papel de interlocutor, sem comprometer. Na verdade, supondo que o cristianismo, crenças do interlocutor não pode subsistir. Desde que o cristianismo é verdadeiro, poderíamos contar com a impossibilidade do contrário.[16]
Enquanto alguns, como já vimos, tem acusado Van Til de fideísmo, outros criticaram uma metodologia muito ruim que não tem como alvo a chave. No mundo há pessoas que observou a preocupação fundamentalista excessiva para o prolegômenos ao invés de uma simples apresentação do Cristo das Escrituras. Van Til respondeu o argumento de que apenas indiretamente poderia assegurar a apresentação do verdadeiro Cristo. "Nós não vemos que realmente pregam a Cristo para proclamar, a menos que você queira ser o que é Cristo, e com significado cosmológico. Se você negligenciar o significado cosmológico de Cristo não pode mesmo manter a soteriologia"[17]
Caminhos Futuros
O Pressuposicionalismo de Cornelius Van Til, embora aqui apresentado de uma forma muito curta, desejo não só pela sua originalidade, mas também para aplicações que possam resultar para as questões da atualidade. Van Til foi principalmente a debates teológicos e filosóficos de sua época dedicada e, portanto, continua sendo uma tarefa importante a ser realizada por aqueles que leram os seus pensamentos. Entre muitos dos quais a serem explorados, indicar pelo menos um dos muitos aqui neste artigo.
Nossa fé exige que "estamos sempre prontos" (1 Pedro 3:15) para responder às perguntas que nos cercam. Todos reconhecem que a nossa cultura está à procura de si mesma, mas como você pode ter a certeza da percepção da realidade? Como você pode justificar o conhecimento? A Hermenêutica chama a nossa atenção para uma série de questões que colocam em questão a própria ciência: a busca de sentido, a linguagem de referência. Como interpretar o mundo, ou melhor, o texto, assim como os pensadores que iria desistir do esquema tradicional de sujeito e objeto? De acordo com uma forma pós-moderna de pensar que é típico dessa tendência, o estudo do significado e referência da linguagem nunca deve ser realizado através dos regimes de racionalista da ciência ocidental. Neste contexto, usando slogans capazes de definir o tom: rejeitar eurocentrismo, logocentrismo, o projeto do racionalismo iluminista. A palavra-chave é o fundacionalismo do pós-modernismo. Este termo evoca de Aufklärung [epistemologia relacional] epistemológica do processo, método que tem caracterizado a modernidade européia. No fundacionalismo, a legitimidade de todo o conhecimento se baseia na ciência real (scientia).
Mas depois de Auschwitz, diz um expoente importante do pós-modernismo, não são mais credíveis ou a modernidade, ou o seu método.[18] A história da conquista da racionalidade com o seu mito do progresso não é mais aceitável. Você precisa então fazer uma "grande passeio" para recuperar um sentido, a linguagem e a referência. Isso leva em torno do labirinto de sinais de "hermenêutica da suspeita", a "expressões multivocal", etc. A excelência do pós-modernismo como filósofo Jacques Derrida, nos convida a derrubar todas as leituras tradicionais e qualquer logos clássico. O que resta a ser explorado é a diferença que é o poder da palavra seccionado, a energia emitida pelo justaposições de texto e, especialmente, os privilégios de reversão.[19]
Longe de querer construir uma nova filosofia no lugar do antigo, resta apenas o pragmatismo diversidade, e, possivelmente, um sentimento de admiração com a complexidade da vida.
Qual é a resposta a este universo pos-modernista do pressuposicionalismo? A aplicação da apologética vantiliana é aqui relevante e original. Ao invés de propor um simples retorno ao completo fundacionalismo ou "degraus, o pressuposicionalismo convidado a observar os aspectos positivos do pós-modernismo. Divinitatis sensum e revelação natural que permite a todos conhecer um aspecto da verdade e da sabedoria que ultrapassa, por vezes, bem maior que a dos filhos do reino. E "em qualquer caso a epistemologia de Van Til, é confirmada pelo pós-modernismo.
Apesar do fato de que o pós-modernismo é hostil ao cristianismo, ele acompanha o último até um determinado trecho da estrada. Não é verdade que o racionalismo da modernidade levou-nos em erro pela sua pretensão de levar-nos diretamente para a verdade sem o "tour" da revelação, um reflexo da interpretação analógica e humana? O texto centra-se em pós-modernismo e anti-racionalista da hermenêutica, mas também de nós. A "batalha" travada por Derrida, Rorty e outros contra todas as relações tradicionais tem caráter radical, e neste sentido não é compatível com o evangelho, porque destrói qualquer valor. Mas devemos notar que a abordagem do cristianismo contra a idolatria se assemelha em alguns pontos a critica e autonomia humana.
O pressuposicionalismo, portanto, surge como uma voz diferente do racionalismo e da desconstrução. Buscar conhecer a vontade de Deus, expressa em Sua Palavra em liberdade e não a liberdade absoluta, "fazer o que você quer", mas a verdadeira liberdade, aquela que se submete ao jugo de Jesus Cristo, para “preservar e construir”.
* O Tradutor do presente artigo Professor: João Ricardo Ferreira de França é Formado em Teologia e foi professor de Teologia exegética no Seminário Presbiteriano Fundamentalista do Brasil, ministro da Igreja Presbiteriana do Brasil em São Raimundo Nonato – PI. O presente artigo foi traduzido do Italiano para o Português, e pode manter alguma impropriedade lingüística com o nosso idioma
[1] Em alguns países como a Itália, o nome de Van Til é quase desconhecido. Para ver uma apresentação de Alain Probst "sistema filosófico apologética e Van Til Cornelius" Estudos de Teologia VI (1983) N 11, pp 47-76.
[2] Ele ensinou na Faculdade de Teologia Reformada em Aix-en-Provence, na França [1979-1989],atualmente é um professor de apologética no Westminster Faculdade de Teologia nos Estados Unidos. Seus artigos e livros foram publicados em Inglês e Francês. Este artigo foi escrito para a nossa revista
[3] C. Van Til, Why I Believe in God, Philadelphia, Great Commission s.d., p. 3.
[4] Por um elenco quase completo cfr E. Robert Geehan, Jerusalem and Athens. Critical Discussions on the Philosophy and Apologetics of Cornelius Van Til, Philadelphia, Presb. and Ref. 1971, pp. 492-8; e a "bibliografia comentada" in John M. Frame, Cornelius Van Til. An Analysis of His Thought, previsto para1995.
[5] Se percebe um Vantil culto e humano ao mesmo tempo em in William White, Jr., Van Til, Defender of the Faith, Nashville, T. Nelson 1979.
[6] Cfr Pierre Courthial "Il movimento riformato di ricostruzione"[O Movimento Reformado de Reconstrução] Studi di teologia IV (1981) N 8, pp. 83-135.
[7] Tertuliano, Apologia 48.
[8] Joseph Butler, The Analogy of Religion, Natural and Revealed, to the Constitution and Course of Nature [1736], New York 1961.
[9] Esta filosofia do senso comum vai se espalhar na França. Royer-Collard (1762-1845), o partido dos doutrinadores, foi influenciado pela mesma Reid, T. S. Jouffroy (1796-1842) traduziu as obras de Stewart. Samuel Vincent, pastor de Nissa foi traduzido em francês The Evidence and Authority of the Christian Revelation por Chalmers favorecendo o sucesso extraordinário do trabalho na França evangélica durante o século XIX.
[10] Em Inglês worldview; em espanhol Cosmovision. A palavra alemã remonta a Kant para a qual weltanghauung significa uma filosofia (cfr Kritik der Urteilskraft: 1790) Para ele, os idealistas e românticos, o termo evoca uma idéia de que a primitiva mais ou menos científica corresponde à noção de uma religião. E Kuyper recuperou o termo, colocando-o em um quadro pressuposicionalista.
[11] Thomas S. Kuhn, La struttura delle rivoluzioni scientifiche [A Estrutura das Revoluções Científicas], Torino, Einaudi 1969 (orig. 1962)
[12] Herman Dooyeweerd "La sécularisation de la science"[A secularização da Ciência] La Revue réformée V (1954) N 17-18, p. 140.
[13] In E. Robert Geehan (ed), op. cit., pp. 380-392
[14] Você pode ver J. Rouxel & J.F. Borredon, Les Shadoks et le Gibis, Paris, Juilliard 1968
[15] C. Van Til, The Defense of the Faith, Phillipsburg 1955, 31967p. 100
[16] Alguns argumentaram que o método de Van Til mudou ao longo do tempo. Embora seja verdade que nos anos 60 tem uma certa distância "da dooyoweerdiana linguagem, seu método não mudou, ver K. Scott Oliphint " The Consistency of Van Til's Methodology " WTJ 52 (1990) pp 27-49.
[17] C. Van Til, A Survey of Christian Epistemology, Philadelphia, Den Dulk Christian Foundation 1969, p. 207. O "fundamentalismo" americano na tende a considerar apologética como uma forma de intelectualismo, que priva a mensagem de redenção do seu impacto soteriológico. Isto assemelha-se as preocupações da teologia dialética.
[18] Jean-François Lyotard, Le post-modernisme expliqué aux enfants, Paris, Ed. Galilée 1988, p. 18.
[19] fr "Le théatre de la cruauté et la cloture de la représentation" L'écriture et la différence, Paris, Seuil 1967, pp. 341-368
A grande misericórdia de Deus em Cristo
A relação deste trabalho sobre a misericórdia de Deus em relação a alma humana, não será destituida de bem, porém, em primeiro lugar, falarei, em poucas palavras, apresentando o norte de forma e de maneira a educar, para que desta forma a bondade e generosidade de Deus em nosssa vida, seja a mais avançada e ampliada diante da humanidade, ou se prefirir, diante dos homens. Portanto, eu não quero aqui, como outros, me vangloriar da nobreza ou até mesmo do nobre meio que nasci e a nação, humanamente falando que pertenço, mas o que me engrandesse é ser considerado e marcado pelo nobre nascimente no Reino Celeste e pertecer a Magestade divina, pois foi por esta causa que fui colocado neste mundo, sendo um participaante da vida e vida eterna em Cristo Jesus o Filho Eterno do Pai Celestial, Criador e Senhor de todas as coisas, por meio do Evangelho.
Mas, ainda assim, apesar da maldade e da minha incompreensão e desobediência, aprouve a Deus colocar no coração o desejo para aprender, como para ler e escrever, o que também fomos atingido, para nossa vergonha, confesso, mesmo que quase totalmente, e que muito antes de aprender Suas verdades o Senhor fez a Sua obra, obra da graça de conversão em nossa alma destituida do bem
Quanto a nossa própria vida natural, durante o tempo que vagávamos sem Deus no coração e no mundo, vivíamos realmente de acordo com o curso desta época, e "o espírito que agora opera nos filhos da desobediência "(Efésios 2.2, 3). Vivíamos no prazer e na lijonsa de ser "capturado pelo demônio, à sua vontade" (II Tim. 2.26). Estando cheios de toda injustiça, o que fez também muito fortemente no trabalho e estendeu-se, tanto em nosso coração e vida, e que mesmo sendo uma criança, tinhamos uma vida desregrada e carregada de maldade
Assim sendo, tão enraizadas estas coisas em mim que se tornaram
como uma segunda natureza, e de certa maneira tenho considerado com muita seriedade este fato, pois tenho ofendido ao Senhor Eterno, desde a infância e isto amedronta e perturba o sonho e nos aterroriza muito, até mesmo de pensarmos em pecado martirizando a alma, afligindo o ser mais secreto da existência pensando eu que não poderia vencer estes espíritos maus, e certamente não poderia vencê-los sem a intervenção divino do Espírito Santo Eterno.
Conforme o texto sagrado de (Nm 33.1, 2) Moisés deu a ordem para que o povo avançasse, o Israel de Deus partisse do Egito para a Canaã prometida e disse também que eles vagariam quarenta anos no deserto 'Lembrem-se de todo o caminho que o Senhor teu Deus te conduziu durante estes quarenta anos no deserto, para te humilhar e te provar, para saber o que era em teu coração, se queres guardar os seus mandamentos, ou não "(Deut. 8,2). Por isso, eu tenho procurado fazer, e não somente isso, mas para relembrá-lo também que, se Deus quiser, outros possam ter lembrança do que Ele tem feito por suas almas, lendo sua obra sobre mim.
É muito importante e relevante para todos os cristãos lembrar-se muitas vezes à sua memória a maravilhosa e grandiosa graça de Deus as suas almas, sua vida. "É uma noite para ser muito observada aquela que o Senhor os tirou para fora da terra do Egito: aquela foi uma noite onde o Senhor usou de grande missericórdia, para com todos os filhos de Israel e suas gerações "(Ex. 12,42). "Ó meu Deus", diz David (Sl. 42,6), "minha alma está abatida dentro de mim, portanto não me lembrarei de ti desde a terra do Jordão, e desde o Hermom, desde o monte Mizar. "Lembrou-se também o leão e o urso, quando ele foi para a luta com o gigante de Gate (I Sm 17:36,37).
Afetos religiosos e a sua importância na religiosidade
Encontramos em (1 Pedro 1:8) A quem não havendo visto, amais; no qual, sem agora vós não o vêem, mas crendo, exultais com alegria indizível e cheio de glória.
Com estas palavras, o apóstolo representa o estado de espírito dos cristãos, ele escreveu para os que eram perseguidos. Estas perseguições revelam o que ele escreveu a respeito, nos dois versículos anteriores, quando fala do julgamento de suas fé e do seu encarceramento efetivado por causa das perseguições e tentações investidas por Satanás.
Esses testes são o tríplice benefício para a verdadeira religião ou o verdadeiro cristão. Por este meio a verdade se manifesta, e parece ser bastante verdadeira a fé na religião mostrada pelo Evangelho de Cristo; que, acima de todas as outras coisas, têm uma tendência a distinguir entre a religião verdadeira e falsa, e fazer com que a diferença entre elas, evidentemente, para apareça. Desta maneira eles são chamados
pelo nome de cristãos, no verso que precedem o texto, e em inúmeros outros lugares, eles procuram a fé e a religião de professos, de que tipo ela é, como o ouro aparente ser julgado, e é purificado como o ouro, no fogo e se manifesta como ouro verdadeiro ou não. E a fé dos verdadeiros cristãos sendo assim apresentada e provada a sua pureza de ser verdadeiro, é "para louvor e honra, e glória", como no que precede o verso anterior.
E então, estes ensaios são de benefício adicional para a religião, não só para manifestar a verdade sobre isso, mas eles fazem sua beleza genuína e amabilidade notavelmente aparecer. Tua força nunca aparece tão linda, como quando é mais oprimido e a excelência divina do verdadeiro cristianismo, nunca é exibido com esta vantagem, como quando sob as maiores provações: então é que a verdadeira fé aparece muito mais preciosa do que ouro! E essa graça é "para louvor e honra, e glória."
E, novamente, um outro benefício que tais julgamentos são a verdadeira religião, é que eles não só são purificados. Eles não só manifestam-se para ser verdade, mas também tendem a refiná-lo e diferenciá-lo das misturas do que é falso, que dificultam e
o impedem, de mostrar-se purificado e apresentado verdadeiro. Eles tendem a causar a amabilidade da verdadeira religião, para aparecer ao melhor proveito, como foi observado antes, e não somente isso, mas eles tendem a aumentar a sua beleza, estabelecendo e confirmando-se, a torná-lo mais animado e vigoroso, e purificando-o
daquelas coisas que obscurecem o seu brilho e glória. Como o ouro que é provado no fogo, é extraído o alumínio, e todo o resto é escória, e sai mais sólida e bonita, a fé tão verdadeira quando é purificada como o ouro é provado no fogo, se torna mais precioso, e assim também é "belo em louvor, honra e glória." O apóstolo parece ter relação com cada um desses benefícios, que as perseguições caracterizam a verdadeira religião, no verso anterior ao texto.
E, no texto, o apóstolo observa a religião como a verdadeira operada nos cristãos que ele escreveu para, sob a perseguição, em que esses benefícios de perseguição apareceu neles, ou que de maneira aplicada a verdadeira religião, em si, foi, segundo a qual sua religião, sob a perseguição, foi manifestado para ser verdadeira religião, e eminentemente apareceu na beleza genuína e amabilidade da verdadeira religião, e também pareceu ser purificados, e assim como era de ser "ache em louvor, e honra, e glória, na revelação de Jesus Cristo.
DOUTRINA. A verdadeira religião, em grande parte, consiste em santos afetos. Notamos que o apóstolo, na observação chega a resaltar a influêcia operada e a acesse da religião nos cristãos para o qual ele escreveu, onde a religião apareceu para ser verdade de fato e de direito, quando ele teve sua maior prova de qual era a espécie, que sendo julgados e purificados como o ouro é provado no fogo, e quando sua religião não só se revelou verdade, mas era a mais pura e limpa da escória que não era verdadeira, e quando religião apareceu nas sua vida, na sua excelência e verdadeira glória da beleza jntrinseca, e foi encontrado para louvor, e honra, de Deus destaca as afeições religiosas de amor e carinho que manifestaram em exercício nos homens: estes são os verdadeiros aplicarivos da religião, em tornar conhecidos seus valores e sentimentos, para isto deve ser uma religião verdadeira, pura e adequada para a glória do Criador.
Mostraremos o que deve ser colocado em prática na religião dos afetos.
Observaremos algumas questões que tornarrão evidente a aplicação dos afetos religiosos.
1. Primeiramente, poderemos ser questionados sobre o que significa os afetos mentais?
A resposta oderá seguir na seguinte vertente. Os afetos são são diferentes dos vigorosos exercícios da inclinação da alma ao Criador, inclinação esta que foi o próprio Deus que a dotou de duas faculdades: uma é a que é capaz de perceber e especular, ou seja, a que consegue discernir os pontos de vista e o desenrrolar das ações as quais chamamos de entendimento. O corpo que compreende as percepções da alma e não apenas mensura os acontecimentos, mas é aquela que está inclinada a perceber os acontecimentos e seus desdobramentos, as suas ações concretas, mensuráveis e não como apenas as percebe como algo ilusório, etério e indiferente, mas sim, percebe como algo que gosta ou não, que o satisfaz ou não, que aprova ou não aprova. Estes afetos recebem várias designações, as vezes chamam de inclinações, pelof ato de terem de respeitar as ações determinadas os quais elas regulam; é chamada também de mentalismo, no que diz respeito as ascesses da faculdade mental, que nada mais é e chamado de coração.
Os afetos e paixões são freqüentemente citada como a mesma coisa, e até mesmo no diccurso comum, existe um pouco de abordagens diferente, afeto tem um significado ordinário e tem uma extensão transferida e inclinada para a paixão, entretanto, para os que buscam o afeto a paixão não possui um vigor e peso que possui o afeto, portanto para os inracionais a paixão tem um efeito mais violento e animalesco em detrimento deste comando inracional.
Como todos os exercícios da inclinação e da vontade, ou são na aprovação e simpatia,
ou desaprovação e rejeição, de maneira que os afetos possuem os dois tipos de inclinação, que são aqueles pelos quais a alma humana é realizada Nestes tipos de emoção, aderindo a ela, ou procurando-a, ou aqueles pelos quais ele (homem) é avesso a isso, e se opõe a ela (paixão).
Do primeiro tipo são o amor, desejo, esperança, alegria, gratidão, complacência. Do segundo tipo, (a paixão) são o ódio, medo, raiva, tristeza, e afins, o que é escuso, lixo, agora tende a permanecer em lugar especial para sempre e definitivo. E existe algumas alterações na composição de cada um dos tipos de inclinação acima, da vontade; como no exemplo no carinho em relação ao sofrimento de determinada pessoa que sofre, ou em algo que vem sofrendo.. Assim, o zelo praticado por alguma pessoa oi coisa, principalmente com oposição rigida ao seu fato ou ao que está sendo realizado contrariando a sua necessidade.
II. A segunda característica proposta, que foi observar em algumass
coisas que tornam evidente, foi que a verdadeira religião, em grande parte
consiste em e de afetos. E aqui,
1. O que foi dito sobre a natureza dos afetos fica bastante evidente e pode ser suficiente, sem acrescentar nada além disso, colocar esta questão fora de dúvida, para quem vai negar que a verdadeira religião consiste em grande medida, em vigorosa e animada
atuações da inclinação da alma, ou a fervorosos ascese do coração?
O Que a religião que Deus exige, e aceita, não consiste em desejos fracos, sem brilho e sem vida, elevando-nos, mas um pouco acima de um estado de indiferença: Deus, na sua palavra, muito insiste em que, para que seja bom de verdade, "fervorosos de espírito", e os nossos corações vigorosamente envolvidos em religião: Rom. 10:11: "Sede sede fervorosos no espírito, servindo ao Senhor. "Deut. 10:12," E agora,
crente, o que faz o Senhor teu Deus, que pede de ti, que andes nos seus caminhos, e o ames, e o servir ao Senhor teu Deus de todo teu coração, e com toda a tua alma? "e cap. 6:4, 6: "Ouve, ó Israel, o Senhor nosso Deus é um só Senhor: E amarás o Senhor teu Deus de todo teu coração, e com todas as tuas forças. "É como um fervoroso engagedness vigorosa do coração na religião, que é fruto de uma verdadeira circuncisão do coração, ou verdadeira regeneração, e que tem promessas de vida; Deut. 30:6: "E o Senhor teu Deus circuncidará o teu coração, e o coração de tua descendência, a amar o Senhor teu Deus com todo o teu coração e com toda a tua alma, para que vivas.
Se não for mesmo levada a sério a religião, e as nossas vontades e inclinações não forem fortemente exercida, não somos nada. As manifestações da religião é tão grande, que não pode existir idoneidade nos exercícios de nossos corações, e a sua natureza e importância, a menos que seja viva e poderosa. Em nada se manifesta tão necessário em vigor os atos de nossas inclinações, como na religião, e em nada se apresenta tão fraco e tão odioso. A verdadeira religião é sempre uma manifestação poderosa de poder presente, em primeiro lugar no exercícios endôgeno dela no coração, onde é o principal apoio dela. Daí a verdadeira religião é chamada de “poder piedoso” na distinção entre a aparência externa da mesma, que são as formas religiosas, 2 Tm. 3:05: "Tendo forma de
piedade, mas negando a eficácia dela. "O Espírito de Deus, naqueles que têm religião boa e sólida, tem um poderoso espírito de santo afeto e, desta maneira é expresso que Deus "deu o Espírito de poder, de amor, e de uma mente sadia ", 2 Tm. 1:7.
E assim, quando eles recebem o Espírito de Deus, na sua santificação as influências de mudanças, seriam "batizados com o Espírito Santo e com fogo "; em razão do poder e do fervor dos exercícios do Espírito de Deus despertado em seus corações, segundo o qual a sua ação, quando a graça está em exercício, pode-se dizer que "queimam dentro
deles, "como mostra o discípulo, Lucas 24:32.
O praticar da religião é de vez em quando comparado com os exercícios, onde os homens estão acostumados a colocar seus corações e sua força alicerçada e engajada, como fosse uma corrirda, uma luta ou em vista a conquistar um grande prêmio ou coroa, e lutando com um forte inimigo que procuram tirar a sua vida, e que os assassinos, que por violência tomam uma cidade ou reino.
E, embora a verdadeira graça tem vários graus, e há alguns que são crianças em Cristo, em quem o exercício o inclina, em relação às coisas divinas e celestiais, é
relativamente fraca, ainda a todos que tem o poder da piedade em seu coração, tem as suas inclinações e coração exercitado para com Deus nas coisas divinas, com tal força e vigor que estes santos exercícios fazer prevalecer nele acima de tudo uma vontade carnal ou natural de afetos e são eficazes para superá-los: para cada verdadeiro discípulo de Cristo "ama-lo acima de pai ou mãe, esposa e filhos, irmãos e irmãs, casas e terras: sim, que seu própria vida. "Daqui resulta que sempre que a verdadeira religião”.
Há exercícios vigorosos da inclinação e direção ao ser divino, mas por aquilo que foi dito antes, a vigorosa, alegre, sensata ao exercício da vontade, há outros que
afetam a alma.